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Paulo Câmara cobra diálogo com Bolsonaro

Publicado em: 18/02/2020 16:43

Após desentendimento público entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os governadores brasileiros, mais de 20 gestores estaduais lançaram carta aberta pelas declarações que "não contribuem para a evolução da democracia no Brasil". O documento foi publicado na última segunda-feira (17). Em entrevista coletiva depois da reunião na Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o governador Paulo Câmara (PSB) explicou o seu posicionamento e classificou as rescentes declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre os governadores como um "desrespeito". 

  

"Os governadores estão deixando muito claro a necessidade de conversar. O presidente não pode, da maneira que está fazendo nas últimas semanas, colocar discussões da forma que está sendo colada. Muitas vezes com desrespeito a governadores, com desrespeito aos municípios, desrespeito a população", disse Câmara. 

 

Há poucos dias, Bolsonaro havia dito que zeraria os impostos federais sobre combustíveis se todos os governadores abrissem mão do ICMS sobre os produtos.

 

"A partir do momento que você fala questões de maneira improvisada, sem conhecimento técnico, induz a população também a erros de avaliação. E o presidente da República tem que ter justamente a responsabilidade de levar debates, sem nenhum tipo de possibilidade de um debate ser feito da forma correta e não da forma que ele está sendo utilizado", completou o gestor.

 

Como forma de entendimento entre os chefes dos poderes executivos, Câmara defendeu como solução o diálogo entre todos os envolvidos. "Eu estou à disposição do presidente, os governadores estãoa disposição do presidente, colocamos o Fórum dos Governadores em abril à disposição do presidente ou outra data que ele achar conveniente, então queremos discutir e dialogar. Não queremos brigar e cabe ao presidente também na função que ocupa, ter também essa serenidade de buscar soluções pelo diálogo e não soltando frases ao vento junto a imprensa", arrematou o socialista.

 

Assinaram a carta Gladson Cameli (Progressistas-AC), Renan Filho (MDB-AL), Waldez Góes (PDT-AP), Wilson Lima (PSC-AM), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Flávio Dino (PCdoB-MA), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Romeu Zema (Novo-MG), Helder Barbalho (MDB-PA), João Azevedo (Cidadania-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Wilson Witzel (PSC-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN), Eduardo Leite (PSDB-RS), João Doria, (PSDB-SP) e Belivaldo Chagas (PSD-SE).

 

Confira a carta dos governadores na íntegra

 

Recentes declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, confrontando governadores, ora envolvendo a necessidade de reforma tributária, sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando Governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus Governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil.

 

É preciso observar os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem. Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós.

 

Trabalhando unidos conseguiremos contribuir para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, pela redução da desigualdade social e pela busca por prosperidade econômica. Juntos podemos atuar pelo bem do Brasil e dos brasileiros.

 

Nesse sentido, convidamos o Senhor Presidente da República para o próximo Fórum Nacional de Governadores, a ser realizado em 14 de abril do ano em curso.

 

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