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Aliança pelo Brasil já admite não participar da eleição de 2020

Publicado em: 27/02/2020 14:44 | Atualizado em: 27/02/2020 18:08

 (Tarciso Augusto / Esp. DP Foto)
Tarciso Augusto / Esp. DP Foto
A menos de 40 dias do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para que os partidos políticos obtenham registro para disputar as eleições municipais deste ano, a cúpula da Aliança pelo Brasil, sigla que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar, admite a possibilidade de não conseguir participar dos pleitos deste ano. Até esta quarta-feira (26), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia validado apenas 3.334 assinaturas - são necessárias, no mínimo, 492 mil para obtenção do registro.

De acordo com o advogado Luís Felipe Belmonte dos Santos, segundo vice-presidente e principal operador do partido a ser criado, foram coletadas mais de 1 milhão de assinaturas, mas elas não foram reconhecidas nos cartórios eleitorais. "Nossa parte foi feita, mas os cartórios eleitorais estão recusando todas as fichas com firma reconhecida. Eles alegam que não houve regulamentação. Além disso, o sistema cai toda hora. Os cartórios eleitorais não estavam preparados para um volume tão grande", disse Belmonte.

O TSE informou que o Aliança apresentou um total de 66.252 assinaturas - além das 3.334 validadas, outras 48.127 estão em prazo de impugnação, 2.593 na fase de análise dos cartórios e 12.198 já foram consideradas inaptas. Na tentativa de se viabilizar, o Aliança mandou um pedido ao TSE perguntando se era possível dispensar a validação de assinaturas pela Justiça Eleitoral quando o apoio tivesse sido reconhecido por tabelião do registro de notas. O pedido ainda tramita na Corte Eleitoral.

Diante da dificuldade, o discurso bolsonarista agora é que não há pressa em registrar a legenda. "Se não der agora, não tem problema, até porque seria um risco. Não haveria tempo de, em duas semanas, formar diretórios, filiar e procurar candidatos em 5.700 municípios", disse Belmonte.

"O presidente não quer quantidade, mas qualidade. Ele quer pessoas de confiança para evitar que se repita o que houve com o PSL", afirmou o advogado, em referência ao partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, e do qual se desfilou em novembro.

Ao vislumbrar um cenário em que não existirá um partido bolsonarista nas urnas, siglas de direita buscam filiar seguidores de Bolsonaro que pretendem abandonar o PSL. A coordenação do Aliança já indicou que, caso não consiga obter o registro até março, deve liberar seus pré-candidatos para entrarem nos partidos que quiserem. Alguns partidos que fazem a base do governo como o PRTB, PL, PSC e Patriota estariam aptos a recebê-los.

Pernambuco
O assessor da sigla no estado, Bruno Cantarelli, afirmou que apesar de admitirem a possibilidade de que o partido não seja lançado a tempo para as eleições municipais, os integrantes do Aliança em Pernambuco ainda aguardam a indicação de Bolsonaro para decidirem qual será o possível candidato que representará o presidente na disputa da PCR, mesmo que por outra legenda. 

No estado, os bolsonaristas estariam se filiando ao PRTB, o presidente do partido, Ednazio Silva, declarou que por ser conservador e de direita, o PRTB estaria assumindo a responsabilidade de agrupar os candidatos que seriam lançados pelo Aliança. Ednazio destacou a boa relação da sigla com o presidente Jair Bolsonaro como um dos motivos para a migração. 

Foi o caso do presidente da Fundaj, Antônio Campos, que anunciou nesta quinta-feira (27) sua entrada no partido. Segundo o deputado estadual Marco Aurélio Meu Amigo, o PRTB está aberto para receber candidatos ligadas ao centro e a direita que estavam aguardando a criação do Aliança. Sem revelar nomes, ele afirmou que a filiação de Antônio Campos seria apenas a primeira. O líder da oposição na Alepe declarou que várias personalidades ligadas à Bolsonaro em Pernambuco realizarão a adesão ao PRTB nos próximos dias para que possam concorrer nas eleições municipais. 

Com a pré-candidatura à prefeitura do Recife lançada desde o ano passado, Marco Aurélio revelou que a expectativa é de que o PRTB se torne mais forte e próximo do presidente Jair Bolsonaro ao abrigar os candidatos que iriam para o Aliança pelo Brasil.
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