Alvim diz no vídeo que "a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”.
A fala é semelhante a um discurso de Joseph Goebbels em 8 de maio de de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim."A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada." Na ocasião, ele falava para diretores de teatro.
O trecho do discurso do ministro nazista está relatado no livro "Joseph Goebbels: Uma biografia" (Ed. Objetiva), escrito pelo historiador alemão Peter Longerich. Além da citação, a música de fundo do vídeo é um trecho da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida.
Após a repercussão, Alvim comentou em suas redes sociais que a semelhança entre as falas é uma "coincidência" e que "a esquerda está fazendo uma falácia de associação remota". "Eu não citei ninguém. E o trecho fala de uma arte heróica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro", se justificou.
O Palácio do Planalto afirmou, em nota, que não vai se manifestar sobre a fala do secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, cujo discurso apresentou frase quase idêntica à do ideólogo nazista Joseph Goebbels e que foi divulgada em um vídeo em canais oficiais do governo. Em nota, a assessoria de imprensa do Planalto afirmou que o secretário "já se manifestou oficialmente".
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou o vídeo e pede o afastamento imediato de Alvim do cargo. Para a entidade, a fala do secretário é "inaceitável" e "é um sinal assustador" da visão de cultura dele.