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Governo suspende troca na presidência do Iphan, anunciada horas antes

Publicado em: 12/12/2019 22:46

 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação
Mais uma mudança na área cultural. Dessa vez, em menos de 24 horas. A edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de quarta-feira (11) tornou sem efeito a nomeação de Luciana Rocha Féres para o cargo de presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), anunciada mais cedo, no mesmo dia. Féres entraria no lugar de Kátia Bogéa, historiadora que trabalhou por mais de 30 anos na Superintendência do Instituto no Maranhão. Um novo nome ainda não foi anunciado. 

Féres já atuou como gerente de cultura no Sesc de Minas Gerais e em cargos de gestão na Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Ela foi nomeada em portaria assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, responsável por exonerar Bogéa. No mesmo dia, Onyx suspendeu a medida, sem apontar quem seria nomeado.
 
Um dos preferidos para Alvim era Olav Schrader, ligado ao grupo de Olavo de Carvalho. Mas foi vetado em análises da Casa Civil por ser estrangeiro.

Alvim tem feito nomeações polêmicas para comandar a área de cultura. A Justiça Federal chegou a suspender a nomeação para presidente da Fundação Palmares do jornalista Sérgio Camargo, que afirmou que a escravidão foi “benéfica para os descendentes”, que não existe “racismo real” e que o movimento negro precisa ser extinto.

Nomeado presidente da Funarte, o maestro Dante Mantovani também causou divergência no meio artístico por declarações em vídeos e redes socias. Ele já afirmou, por exemplo, que o “rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo”.

Por sua vez, Alvim também é conhecido por polêmicas, como quando chamou a atriz Fernanda Montenegro, de 90 anos de ‘sórdida’. No fim de setembro, a atriz também foi alvo de ofensas. Em uma postagem no Facebook, chamou Montenegro de "intocável" e "mentirosa", o que provocou reação da classe artística.

O presidente Jair Bolsonaro deu a Alvim “carta branca” para fazer as mudanças que achar necessárias. A cultura, segundo o presidente, deve servir à “maioria”, em referência aos votos válidos que garantiram sua eleição.
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