Diario de Pernambuco
Busca

Debate

Encontro destaca a participação feminina na cadeia produtiva da cultura no estado

Publicado em: 13/11/2019 14:23 | Atualizado em: 13/11/2019 14:50

 (O encontro foi coordenado pela vice-governadora Luciana Santos. Foto: Rodrigo Barradas)
O encontro foi coordenado pela vice-governadora Luciana Santos. Foto: Rodrigo Barradas
Em mais uma rodada do fórum de diálogo do Pernambuco com Elas, coordenado pela vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), o destaque foi a participação feminina na cadeia produtiva da cultura. Ao falar para os participantes, Luciana falou sobre o momento de crise e os altos índices de desemprego, ressaltando que o governo do estado trabalha para ser um contraponto à gestão federal, que não prioriza o crescimento econômico.

“Não podemos contaminar Pernambuco com o ambiente de ceticismo e desesperança que existe em nível nacional. Ninguém aqui quer vender a ilusão que nós sozinhos vamos resolver o problema da empregabilidade, mas nós vamos, a partir das nossas possibilidades, trabalhar para, por exemplo, atrair investimentos, como tem feito o governador Paulo Câmara. E, dentro das nossas oportunidades e vocações, ter um olhar para o trabalho da mulher”, frisou a vice-governadora.   

O encontro, que aconteceu na última terça-feira (12), contou com a presença de representantes de setores como audiovisual, artesanato e produção de eventos, foram apresentadas propostas para reduzir a desigualdade de gênero nesse mercado de trabalho.

De passagem pelo estado para lançar seu livro “Por que lutamos?”, a ex-candidata a vice-presidente Manuela d’Ávila participou do início da reunião e ressaltou o caráter inovador do Pernambuco Com Elas. “Acho que esse trabalho que vocês desenvolvem aqui é inédito no Brasil: um grupo de trabalho permanente, que vai estruturando as políticas para enfrentar uma das faces mais cruéis da diferença que se estabelece historicamente, socialmente, culturalmente entre mulheres e homens”, destacou.  De acordo com dados do Ministério da Economia, a participação das mulheres no mundo do trabalho formal da Cultura, em Pernambuco, é hoje de 41%. Mas a média salarial delas é inferior, R.015, diante dos R.293 pagos a eles.

No encontro, diversos participantes ressaltaram a necessidade de mapear de forma mais detalhada a presença das mulheres nesta cadeia produtiva. De acordo com o secretário de Cultura, Gilberto Freyre Neto, é preciso pensar o assunto de forma transversal e provocar outros parceiros, para que se consiga penetrar em todos os cantos do estado. “Precisamos conversar com todos os segmentos. A ideia é que a cultura seja um reflexo da identidade de um território, e aí cabem todos nós - do candomblé, à igreja católica, o recorte das necessidades específicas, o recorte de gênero”, apontou.

O presidente da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Ricardo Leitão, afirmou que o órgão que dirige quer contribuir para o debate de ideias relacionado às pautas femininas. Nesse sentido, anunciou que a editora está à disposição para publicar obras que abordem o tema, como forma de estimular no estado reflexões sobre a situação da mulher hoje. Segundo ele, pode ser inclusive criado um selo com este objetivo.“Também colocamos à disposição nosso circuito literário, que realiza 15 feiras literárias em todas as microrregiões do estado, do Sertão ao Litoral. Podemos abrir espaços na programação para que as mulheres de Pernambuco se expressem e discutam esses temas”, colocou.

A secretária da Mulher, Silvia Cordeiro lembrou que, para além da formação técnica, é preciso oferecer também uma formação cidadã e sociopolítica para as mulheres. “É preciso falar sobre a condição da mulher nem Pernambuco. A gente tem feito isso no projeto de capacitação Ela Pode. A gente fala da violência contra a mulher, da dupla jornada de trabalho, da subrepresentatividade feminina na política, porque é importante essa compreensão”, indicou.

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL