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PGR foi contra buscas em endereços de Fernando Bezerra, mas Barroso autorizou operação acatando pedido da PF

Na decisão que deu aval para as buscas no endereço do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo do presidente Jair Bolsonaro no Senado, é possível identificar um movimento contrário da Procuradoria-Geral da República. O orgão se manifestou opostamente aos mandados de busca e apreensão alegando que não havia indícios de que o parlamentar guardasse consigo provas do comentimento de atos ilícitos.

A Polícia Federal foi mandatária do pedido original para a realização de buscas em endereços do senador, considerando relevante para a apuração buscas de materiais ligados a Bezza Coelho. Apesar do parecer contrário da PGR, o pedido da PF foi atentido e as bucas autorizadas.

No documento, Barroso, porém, diz que o argumento da PGR "não é convincente", pois, segundo ele, na "criminalidade organizada econômica", os envolvidos nos crimes tentam "ocultar provas". Para o ministro, as buscas nos endereços do senador servem "justamente para tentar encontrar documentos mantidos sigilosamente, longe dos olhos do público e das autoridades de investigação".

Ainda de acordo com a decisão do ministro, entede-se que a Procuradoria-Geral da República se opôs, apenas, à realização da busca e apreensão nos domicílios do senador Fernando Bezerra de Souza Coelho. Quanto aos demais envolvidos, a resposta foi favorável.

"O argumento da Procuradoria-Geral da República contra a realização de busca em endereços de Fernando Bezerra de Souza Coelho não é convincente. [...] Na criminalidade organizada econômica, porém, o natural é que todos os envolvidos tentem ocultar provas e não evitar deixar registros de seus atos. A medida cautelar serve justamente para tentar encontrar documentos mantidos sigilosamente, longe dos olhos do público e das autoridades de investigação", complementa o ministro.

Nota
Leia a íntegra da nota enviada pela defesa do senador Fernando Bezerra Coelho:

A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho esclarece que a Procuradoria Geral da República opinou contra a busca em face do senador, afirmando taxativamente “que a medida terá pouca utilidade prática”. Ainda assim o ministro Luís Roberto Barroso a deferiu. Se a própria PGR – titular da persecutio criminis – não tinha interesse na medida extrema, causa ainda mais estranheza a decretação da cautelar pelo ministro em discordância com a manifestação do MPF. A defesa seguirá firme no propósito de demonstrar que as cautelares são extemporâneas e desnecessárias.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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