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Moro é aplaudido de pé por empresários em SP e volta a minimizar teor de mensagens

Por: FolhaPress

Publicado em: 05/07/2019 13:30

Pedro França/Agência Senado
O ministro Sergio Moro (Justiça) minimizou nesta sexta-feira (5) as reportagens que apresentam trocas de mensagens entre o ex-juiz e os procuradores da Operação Lava Jato e disse que "tem ficado repetitivo" se justificar sobre elas.

O comentário foi feito no mesmo dia em que a revista Veja divulgou novas conversas, cujo conteúdo foi obtido pelo site The Intercept Brasil. O jornal Folha de S.Paulo também tem publicado trechos dessas mensagens.

"Eu não tenho mais as mensagens. As mensagens são do aparelho [com o aplicativo] Telegram que eu não uso o aplicativo desde 2017. Informações publicas da empresa são que, após seis meses de inatividade, as mensagens são excluídas", afirmou Moro no Expert 2019, evento da XP Investimentos.

Questionado se não podia solicitar ao aplicativo que recuperasse esse conteúdo e pôr em prova sua autenticidade, o ministro da Justiça disse que "não é que nem ir na esquina", já que o Telegram não tem representação no Brasil.

"Meu celular foi hackeado e o hacker se apropriou do aplicativo Telegram no meu lugar, até gerando situações jocosas, com ele interagindo com pessoas fingindo que sou eu. Tem que pedir para o hacker, então", ironizou, em meio a risos da plateia.

O público, em sua maioria investidores e empresários, recebeu o ministro de pé, sob aplausos, em uma casa de eventos na zona sul de São Paulo. As palmas se repetiram diversas vezes durante a apresentação, que durou cerca de uma hora.

Moro repetiu que "embora respeite a liberdade de imprensa" repudia "que essas mensagens sejam divulgadas com extremo sensacionalismo, fora do contexto, com deturpação do conteúdo, além da possibilidade de adulteração".

Também falou sobre outros assuntos. Questionado pela jornalista Natuza Nery, que apresentou a participação do ministro no evento, se teve algum senão ao assumir posto no governo Jair Bolsonaro após deixar a Justiça Federal,  Moro disse que "é um desafio diferente" com "alguns momentos de dissabores".

"Particularmente gostaria que algumas coisas acontecessem com uma velocidade mais rápida."
Ele citou, por exemplo, o processo legislativo, a mudança de indicadores de violência e a possibilidade de investimentos em segurança e efetivo policial.

À vontade, fez brincadeiras durante a sua apresentação. No momento em que se discutia sobre mudanças na forma de financiamento de campanhas eleitorais, afirmou que à época em que se permitia doações de empresas, as empreiteiras doaram "para Deus e o diabo". Depois se corrigiu.

"Vou ser politicamente correto: quando eu disse Deus e o diabo foi apenas uma metáfora. Na verdade, na política é muito difícil encontrar anjos, até", afirmou o ministro e pausou a fala para um longo riso da plateia.

"Sendo politicamente correto também, mandando recado pro Congresso, isso foi apenas uma piada", acrescentou. "Porque nós vivemos uma era de sensibilidades extremadas."

Ao comentar o caso, o presidente Bolsonaro afirmou nesta sexta que pretende ir com Moro à final da Copa América, neste domingo (7) no Maracanã. "Pretendo domingo não só assistir à final do Brasil com o Peru. Bem como, se for possível e a segurança me permitir, iremos ao gramado. O povo vai dizer se nós estamos certos ou não."
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