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''Não agi fora da lei'', diz Deltan sobre palestra para alvo da Lava-Jato

Publicado em: 26/07/2019 20:25

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )
O procurador de Justiça Deltan Dallagnol voltou a se defender sobre as mensagens atribuídas a ele e a outros membros da Operação Lava-Jato. Em entrevista à rádio CBN, nesta sexta-feira (26), ele também afirmou que não agiu fora da lei ao receber R$ 33 mil de uma empresa citada na operação. 

O caso foi revelado, nesta sexta-feira (26), pelo jornal Folha de São Paulo em parceria com o site The Intercept Brasil. De acordo com a publicação, Dallagnol recebeu por uma palestra R$ 33 mil de uma firma do setor de tecnologia, a Neoway, que é citada em um acordo de delação premiada feito coma força-tarefa da Operação Lava-Jato.

“É uma atividade legal, legítima, que leva a discussão sobre o combate à corrupção para a sociedade. Não dou palestras a empresas investigadas ou vítimas da Lava-jato, como já recusei em várias ocasiões. Quando tomei conhecimento da citação da Neoway, em meados de 2018, informei a todos os colegas, me declarei suspeito do caso”, afirmou o procurador.

A Neoway, que contratou Dellagnol, foi mencionada pela primeira vez em um chat de conversas envolvendo o próprio Dellagnol e outros procuradores, em 2016. Dois anos após a palestra proferida pelo coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, no Paraná. 

“Mensagens editadas”
Dallagnol também disse que sempre reconheceu que sua conta no Telegram foi atacada e que o hacker obteve informações verdadeiras, mas voltou a afirmar que não reconhece a autenticidade dos diálogos publicados. “Várias análises mostraram que os diálogos são falseáveis. A origem são pessoas acusadas de crimes, inclusive de falsificação, e quem tem o documento com os diálogos não o apresentou para verificação”, defende. 

“São cinco anos intensos de Lava-jato, trocamos centenas de milhares de mensagens, é impossível lembrar dos detalhes. A inserção ou troca de uma palavra muda totalmente o contexto”, prossegue. “Nunca se coloca a culpa do estupro na pessoa que foi estuprada ou na roupa que ela estava usando. Se a pessoa age de forma legal, correta, não é culpada se alguém comete um crime contra ela”. 
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