O peso do cacife político do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), não passou despercebido, ontem, em visita a Pernambuco. Depois de conversar cerca de uma hora com o governador Paulo Câmara (PSB), ele desceu a escada de tapete vermelho do Palácio das Princesas ladeado de deputados federais de várias correntes políticas. Aos jornalistas, durante coletiva, Maia avisou que o apoio lhe oferecido pelo PSL para disputar a reeleição não significa um acordo com o governo Jair Bolsonaro (PSL). Esse foi um dos principais acenos que o parlamentar fez para conquistar os votos do PSB nacional, numa disputa que terá votação secreta.
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Apoio do PSL não significa adesão acordo com Bolsonaro, diz Rodrigo Maia, no Recife
Depois de conversar cerca de uma hora com o governador Paulo Câmara (PSB), Maia desceu a escada de tapete vermelho do Palácio das Princesas ladeado de deputados federais de várias correntes políticas
O PSB tem 32 deputados federais, cinco deles de Pernambuco, mas abandonou as negociações com Maia após ele receber a adesão do PSL, sigla que abriga Bolsonaro. Com a decisão, a legenda socialista seguiu um rumo diferente do bloco ao qual pertence, formado pelo também pelo PCdoB e PDT. “Não há nenhum acordo na minha candidatura que construí com o governo”, assegurou, para depois completar. “O PSL é um partido independente, elegeu 52 deputados que precisam ser respeitados, como precisamos respeitar os 55 deputados do PT. Uma boa câmara é aquela que garante o diálogo, o equilíbrio e a possibilidade de participação de todos os partidos”, avisou, no mesmo dia em que o PCdoB recebeu críticas de petistas por apoiar Maia.
Nem toda a bancada federal pernambucana prestigiou o encontro de Maia com Paulo Câmara – os representantes do PT, por exemplo, não estiveram presentes. Mas ele não parou de fazer gestos ao governador e aos socialistas, que rejeitam apoiá-lo mesmo integram o bloco PCdoB e PDT. O parlamentar deu a entender que Paulo Câmara defende sua causa, mas não iria se envolver na disputa para não dividir o partido. “O governador é um homem de partido. Ele vai trabalhar para que o partido esteja unido, assim faria eu no meu partido. É claro que não posso pedir ao governador que divida o partido para me apoiar. Isso seria um pedido deselegante da minha parte”, destacou.
De forma sutil, no entanto, Maia disse que a eleição da Câmara dos Deputados não pode ser confundida com a disputa eleitoral de 2018, a mais radicalizada já enfrentada pelo país. “A gente não pode misturar o processo eleitoral da Câmara com o processo eleitoral de 2018, a Câmara tem uma representação decidida pela sociedade, a sociedade está toda representada em mais de 20 partidos, o PSL é um dos partidos”.
Para Rodrigo Maia, ainda há tempo de o PSB recuar e participar do bloco que votar a favor de sua reeleição. “O PSB é um dos grandes partidos que a Câmara tem, um partido histórico, com grandes quadros, começando pelo seu líder, o deputado Tadeu. Infelizmente, tomou uma posição divergente, mas a gente espera que ainda possa, dialogando, conversando, tentar trazê-los de volta como foi na eleição de 2017, mas independentemente disso, a gente respeita a posição do PSB”, declarou.
O governador não deu entrevistas após o encontro com Maia. Segundo a assessoria de imprensa, ele não está se envolvendo na disputa da Câmara Federal, mesmo sendo vice-presidente nacional do PSB. Hoje, inclusive, Paulo Câmara receberá a visita de outro candidato à Presidência da Câmara, o alagoano João Henrique Caldas (PSB-AL), o parlamentar mais votado do Brasil, em termos proporcionais. JHC, como é conhecido, apresentou o nome como alternativa ao de Maia.
Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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