Politica

Os desafios de uma chapa feminina

Grupo de mulheres se uniu para tentar 'desmasculinizar' a política; cientista político avalia que segmentação do discurso dificulta a 'conquista do eleitor'

PSol e PCB formam primeira chapa feminina no estado. Foto: Fran Silva / Divulgação

A chapa é formada pela pré-candidata ao governo do estado, a advogada, historiadora e professora, Dani Portela (PSol), e pela educadora social e cientista social, Gerlane Simões (PCB) que concorrerá como vice. Para o Senado, o PSol enfrentará as urnas com as pré-candidaturas de Albanise Pires, servidora concursada do Ministério Público Federal, e Eugênia Lima, mestre em Desenvolvimento Urbano pela UFPE. O grupo parece disposto a quebrar a lógica de que vencer a eleição no estado precisa de um DNA político. “A maioria das mulheres que está na política é filha de, mulher de, missionárias de determinadas igrejas. Não dá mais para não querer falar de política porque ela já entrou na nossa casa, no orçamento familiar, no hospital e na escola. Não podemos deixar que governem sem a gente”, enfatizou Eugênia Lima.

Segundo Dani Portela, por ser uma chapa feminina e feminista, elas precisam provar a capacidade duas vezes. “Nossa voz foi silenciada por muito tempo e somos invisíveis. Fomos invisibilizada durante séculos. Agora é nosso momento de fazer ecoar a nossa voz”, destacou. De acordo com ela, em todos os espaços de poder, as pessoas acabam reproduzindo a lógica de uma sociedade machista e patriarcal. “Sempre nos foi dito que o espaço público não era nosso, era eminentemente masculino. Nosso desafio é fazer com que a mulher entenda a importância da representatividade, que ela precisa eleger pessoas que atuem com pauta políticas específicas para a vida delas”, destacou.

Intuito é acabar com a hegemonia masculina na politica em Pernambuco. Foto: Fran Silva / Divulgação

Na avaliação de Eugênia Lima, é preciso “desmasculinizar” a política e não adianta apenas trocar homens por mulheres se elas mantiverem a cultura de funcionamento masculinizada. “A política é feita de homens para homens. O desafio é enorme porque estamos num estado hiperconservador. Infelizmente nem todas podem se indignar e ir para a luta. Estamos dispostas a brigar por esse espaço”, avisou.


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