Historiador e cientista político, Ricardo Andrade convocou, ontem, os professores de história a fazer uma “uma intervenção” para contar aos mais jovens e aos que não conseguiram estudar o que aconteceu na ditadura militar de 1964. Ele ressaltou ter visto muitas faixas no movimento dos caminhoneiros que defendiam a intervenção e destacou ser importante mostrar as consequências de uma ditadura armada que também resulta em mortes, tortura e censura. Segundo ele, muita gente acredita que, numa intervenção militar, não há corrupção, quando na verdade, os crimes ilegais existem e são jogados para debaixo do tapete, porque não se pode protestar ou denunciar.
“Tem muita gente que não sabe o que acontece quando um estado tem um regime de exceção e os professores precisam ensinar. Os porões da ditadura não foram absolutamente abertos, nem mesmo com a Comissão da Verdade. Como explicar isso?”
Cientista político e doutor em sociologia, Francisco Assis Brandão analisa que, no atual momento político, o governo Michel Temer transformou-se numa “escolinha de intervenção do exército”. Segundo ele, Temer, autoriza e ordena a intervenção do exército na resolução dos problemas por “falta de autoridade” e fragilidade política. “O exército é chamado a intervir nas favelas para combater o crime organizado, é solicitado a intervir na greve dos caminhoneiro. O exército, assim, vai aprendendo a intervir em questões que, em tese, não lhe diz respeito”, destacou.
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