Em nota de repúdio divulgada na segunda-feira (5), a comunidade Terreiro Axé Talabi, espaço de preservação do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, criticou a vereadora e missionária Michele Collins por ato de racismo e preconceito religioso.
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Terreiro repudia Michele Collins alegando ato de ódio e preconceito religioso
Vereadora promoveu neste domingo ato para "quebrar a maldição de Iemanjá" na Orla de Boa Viagem
No domingo (4), a vereadora fez uma publicação no Facebook que estaria "orando para quebrar toda a maldição de Iemanjá" em evento realizado na Praia da Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O ato, ocorrido na praia contou com a presença da vereadora e tinha como intuito orar por Pernambuco e Brasil. "Noite de Intercessão no Recife, orando por Pernambuco e pelo Brasil, na Orla de Boa Viagem, clamando e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de Jesus. O Brasil é do Senhor Jesus. Quem concorda e crê diz amém", escreveu postagem.
Em contra partida, integrantes do Terreiro Axé Talabi repudiram o depoimento da vereadora. "Esta é uma publicação que fere totalmente o direito de fé e crença de todos nós", afirma Pai Júnior de Odé, um dos membros do Conselho Religioso. A atitude foi considerada uma incitação de ódio às religiões de matriz afro-brasileira. Em nota, ainda enfatizaram a importância da cultura africana para a comunidade:
"Nós Povos e Comunidade Tradicionais de Matriz Africana sabemos a importância histórica do culto a Iemanjá tanto no Brasil quanto na África, sabemos que o culto a esta Orixá é parte das expressões de religiosidade e fé presentes em todos os estados brasileiros e por isto apresentasse como sendo parte integrante do Patrimônio Cultural Afro-brasileiro. A mensagem postada pela missionária reforça não só a intolerância religiosa, mas principalmente rompe com o direito tão importante de nossa liberdade de fé em um país laico. Iemanjá nunca amaldiçoou ninguém, muito pelo contrário, ela representa o nosso direito a vida, as águas e ao equilíbrio. Exigimos respeitos as nossas práticas, as nossas divindades e aos nossos territórios sagrados."
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