Claudia Lorena nasceu em San Luís de Potosí, a 600 Km da cidade do México. Sua melhor amiga de infância perdeu a visão. Com ela, pôde constatar que as pessoas com deficiência também querem e precisam conhecer outros lugares, pessoas, mentalidades e costumes.
Mas que enfrentam obstáculos muitos. Isso a fez reorientar a agência Viaja con Tlachtli de turismo criada por seu pai, cujo lema é Cuétame tu sueño y lo hacemos realidad. Por que não desenvolver ‘recorridos’ (excursões) para essas pessoas? Hoje os 30 funcionários de sua agência sabem braille. Dois deles não enxergam. A agência oferta programas aos sítios arqueológicos, cavernas, trilhas e todas as demais formas de turismo de aventura. O detalhe é que esses programas são oferecidos às pessoas com deficiência. Que, junto com os parentes e amigos, constituem a base da clientela. Cláudia visita hotéis e restaurantes para sensibilizá-los quanto às mudanças necessárias para acolher potenciais clientes que têm alguma descapacidad. Conta-me que viu muitos deles reagirem quanto aos custos das reformas necessárias. Mas que, depois, perceberam a fidelidade da nova clientela, ampliando seu mercado.
Nélida Barbeito, argentina, tem uma deficiência motora que a obriga a usar cadeira de rodas ou scooter. Também guiada pela curiosidade por conhecer outros povos e lugares, sentiu-se atraída pelo conceito de turismo acessível desde quando fez o curso de turismo e, depois, pós-graduação sobre acessibilidade e desenho universal na Universidade de Cataluña em Barcelona. Hoje assessora hotéis e empresas de turismo para ajudá-los a ofertar soluções de acessibilidade aos seus clientes. Criou o primeiro hotel 100% acessível na Argentina, o Solar del Pago, no qual todos podem se locomover sem escadas ou degraus. Viaja muito e participa da Rede de Turismo Inclusivo do Instituto Interamericano sobre Deficiência e Desenvolvimento Inclusivo. Suas experiências e a de muitos outros turistas com alguma deficiência são bem relatadas em seu blog (http://nelidabarbeito.blogspot.com.ar/).