Politica

Aprovada emenda que inclui Goiana na Região Metropolitana do Recife

Emenda segue agora para a segunda votação, ainda sem data definida

Com o aval de 25 deputados, número mínimo exigido para a aprovação, o

projeto de Lei Complementar nº 1739/2017 de autoria do Poder Executivo

(PLE), que versa sobre o um novo modelo de governança interfederativa

responsável por gerir a Região Metropolitana do Recife (RMR), foi aprovado

em primeira discussão na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Além

do projeto, foram aprovadas outras duas emendas, uma delas do próprio

Executivo e a outra, polêmica, de autoria do deputado Ricardo Costa (PMDB),

que inclui o município de Goiana no hall de cidades que integram a RMR.

Para o deputado, proponente da emenda, “após a segunda discussão e

subsequente sanção governamental”, o município de Goiana, “começará a

pensar como metrópole”. “A cidade quer. Isso já vem com certo atraso, uma

vez que, ela, sozinha, não tem condições de dar respostas mais velozes aos

grandes investimentos que foram feitos na cidade e a população hoje está

muito satisfeita e feliz com a possibilidade de melhora nas políticas

públicas”, registrou Ricardo.

Apesar da aprovação da emenda, a inclusão de mais uma cidade na RMR gerou

polêmica, inclusive, entre deputados aliados. Para o líder do governo Isaltino Nascimento (PSB), que pontuou falar não como representante do estado, mas enquanto mandato, “a análise tem que ser feita pensando no destino de uma cidade. Estamos discutindo a inclusão de um município na metrópole, sem que houvesse a discussão apropriada na cidade”, registrou ele.

“Aprovou a lei, e se do ponto de vista do Condepe/Fidem - órgão de Planejamento, Estudos, Pesquisas e Articulação, voltado para a implementação de uma política de desenvolvimento local e regional no Estado de Pernambuco - a inclusão de mais uma cidade na região metropolitana é uma possibilidade, é preciso pensar também do ponto de vista político quais implicações isso vai trazer para o município para o povo”, disse.

De acordo com Isaltino, a isenção de impostos, um dos motivos que levou

indústrias como a Fiat para Goiana, seria perdido e, dessa forma, empresas

que integram o polo automotivo, e que ainda não se instalaram na cidade,

deixariam de aportar na cidade.

O argumento de Isaltino foi questionado por Antônio Moraes (PMDB) que

frisou que Pernambuco integra o acordo que aboliu a concessão fiscal. “Foi

proibido no acordo do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). Não se pode mais conceder benefícios fiscais”. Ainda segundo Moraes, as indústrias do polo automotivo que ainda não se instalaram, já tem destino certo. “Elas vão para Itapissuma. O terreno, inclusive, já está comprado. Queria registrar que, da forma que está sendo colocado, parece que o projeto é a besta fera e ele não é”, brincou.

O PLE, atende uma exigência o Estatuto da Metrópole (Lei Federal n°

13.089/2015), e visa a criação de uma instância gestora que envolva estado

e municípios formadores de um conglomerado urbano. Além disso, a norma

estabelece, por conseguinte, a elaboração de um Plano de Desenvolvimento

Urbano Integrado (PDUI), a ser obedecido pelos entes formadores da Região

Metropolitana, a fim de garantir que haja compartilhamento de

responsabilidades na execução de funções públicas de interesses comuns,

como, por exemplo, a gestão de resíduos sólidos e o transporte

metropolitano de passageiros.

Ambos, projeto e emenda, seguem agora para a segunda votação, ainda sem

data definida.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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