Chegamos ao 27º ano de um Festival nascido e criado para se eternizar no calendário cultural do nosso estado e de nosso país, sendo hoje declarado patrimônio imaterial de Pernambuco, por iniciativa da deputada Terezinha Nunes, projeto de lei aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador Eduardo Campos.
Criado na minha gestão, idealizado pelo jornalista Marcílio Reinaux e abraçado pelo governo do estado, com o então governador Joaquim Francisco que no dizer dele: “comprou a ideia”, o Festival tomou proporções gigantescas e gera uma ativo – financeiro e cultural – inigualável para Garanhuns, mas necessita que todos (estado, município e empresariado) trabalhem em consonância com o projeto.
Concordo que a programação traz um certo atraso que pode vir a causar transtornos; mas a estrutura de pessoas qualificadas, o denodo, o profissionalismo e o empenho da Fundarpe, da Secretaria de Cultura e Turismo do Estado e dos demais órgãos estaduais envolvidos suplantam qualquer argumento que o melhor seria a municipalização.
Vivemos uma crise política sem precedentes nos últimos 30 anos, e a reboque vieram os infindáveis problemas financeiros, grassando pelas esferas federal, estadual e municipal; o formato atual, com o governo do estado com sua equipe, que comanda o FIG desde sua criação - é o único capaz (estrutural e financeiramente) de manter um evento dessa magnitude e diversidade e até mesmo de ampliar suas funções e atividades.
Precisamos ter em mente que o FIG não é somente a esplanada Mestre Dominguinhos, são as artes cênicas, como o teatro, o circo, as oficinas e também a excelente programação do Pau Pombo, no palco instrumental, as artes visuais e audiovisuais e, também, a literatura, as palestras, as exposições e o palco popular Ariano Suassuna, a dança, a música erudita, os mamulengos. Isso sem falar no “Som na Rural”, no palco forró, fotografia, artesanato e gastronomia, entre outros.
A municipalização do evento, portanto, é um equívoco que se assim for levado a cabo é o decreto do fim do Festival de Inverno. Mas nesses tempos de dinheiro curto, como diria o homenageado Belchior: Viver é melhor que sonhar! E vivemos um grande festival mais uma vez.