Politica

Presidente interino da Câmara defende que reforma se resuma à idade mínima

Ramalho está substituindo Rodrigo Maia, que está interinamente na Presidência da República por causa da viagem internacional do presidente Michel Temer

Presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (PMDB-MG) defendeu nesta quarta-feira, 21, que a reforma da Previdência se resuma à mudança da idade mínima e que os demais pontos da proposta fiquem para o próximo governo. "Tem que votar (a reforma), mas não vota do jeito que está", disse o peemedebista.

Favorável à idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, Ramalho avalia que outros pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) podem ficar para serem discutidos melhor com a sociedade "depois". "Até setembro a gente consegue vencer isso na Câmara. Se for antes, tudo bem, só não pode apressar. Vocês viram a pressa no Senado ontem, né?", comentou.

Apesar de admitir a falha na articulação governista na terça na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o peemedebista aposta que a reforma trabalhista não está comprometida. "Para mim não foi uma derrota. Nenhuma das comissões é definitiva", declarou.

Sob tutela

Ramalho está substituindo Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está interinamente na Presidência da República por causa da viagem internacional do presidente Michel Temer. Mesmo fora da Câmara, Maia vem mantendo o controle da situação na Casa. Na terça, por exemplo, fez uma reunião de líderes informal na residência oficial da Câmara, deixou a pauta desta semana (mais curta por causa das festas juninas) pronta e organizada e hoje oferece um almoço no Palácio do Planalto para conversar com os membros da Mesa Diretora da Câmara. 

Seu substituto na Câmara cumpriu à risca o roteiro: votou apenas três projetos considerados consensuais na terça, nesta quarta assinou documentos administrativos e despachou os projetos aprovados na véspera para o Senado e para sanção presidencial. A maior parte de sua rotina na Casa vem sendo desempenhada do gabinete da vice-presidência e o único ato autônomo foi liberar seus colegas da sessão deliberativa desta quarta-feira. "Sou interino, então como interino a gente tem lealdade e respeito a quem está na cabeça", justificou.

Na temporada à frente da presidência da Câmara, Ramalho também vem se mantendo distante dos pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer que aguardam despacho. O peemedebista alega que não tratará do assunto porque o tema não é uma "questão" sua. "O momento é de tentar sair da crise", afirmou.

Apesar de ser obrigado a andar com os seguranças da Câmara nesta semana, o deputado mineiro adotou um comportamento mais discreto e dedicou a maior parte de sua agenda a receber parlamentares. Devido a semana mais curta e esvaziada, Ramalho não ofereceu o tradicional jantar aos deputados em seu gabinete. 

Na quinta, 22, o peemedebista voltará a Belo Horizonte e decidiu abrir mão dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) - a que tem direito por estar na presidência da Câmara - para pegar voo comercial. "Sou apenas presidente interino", argumentou.

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