Politica

Aliados pressionam para destravar 800 cargos; Planalto faz pente-fino

Ministros e parlamentares tentam destravar nomeações de segundo e terceiro escalões na Esplanada e nos estados. Temer adia sanção da lei que define novas regras para indicações

Os nomes dos indicados para os cargos passam por um pente fino da Abin antes de serem sancionadas pelo chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Foto: Minervino Júnior/CB/D.A. Press

O governo tem pelo menos 800 nomes parados à espera de nomeação no segundo e terceiro escalões dos ministérios e nos estados. Esse número não leva em conta as vagas que estão em aberto nas estatais e nas autarquias, que só começarão a ser preenchidas após a sanção da lei que define novas regras pra indicações de cargos públicos. O ato estava previsto para hoje, mas acabou adiado, pois o Planalto quer analisar com calma os vetos propostos tanto pela equipe econômica quanto pela área política. A dificuldade para preencher as vagas preocupa o Planalto, inquieta os ministros que não conseguem completar suas equipes e irrita aliados no Congresso, o que é não é um bom indicador em tempos de votação de impeachment no Senado e de medidas econômicas na Câmara.

“Muitos destes nomes estão parados por questões burocráticas de checagem de dados, antecedentes. Às vezes, quando o cargo é muito alto, como um secretário executivo, nós bancamos a indicação. Precisamos suprir essa demanda”, reconhece o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

Ele admite ser necessário um pente fino para as indicações públicas, mas afirmou que, em muitos casos, o rigor na seleção atrapalha o funcionamento do Executivo Federal. Ontem, durante a reunião do núcleo de infraestrutura com o presidente em exercício, Michel Temer e os líderes do governo na Câmara e no Senado, o ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, disse que tem um nome qualificado para trabalhar na agilização de licenças ambientais em consonância com o atual código florestal e que, simplesmente, não consegue colocá-lo no cargo.

Apesar de apenas Zequinha ter expressado essa insatisfação em público ontem, ela permeia toda a Esplanada. Parte das vagas está aberta após a exoneração dos antigos ocupantes. E parte delas ainda está preenchida por integrantes do governo anterior, o que paralisa a máquina federal. No encontro ministerial de ontem, muitos auxiliares de Temer defenderam uma presença maior do governo federal nos estados, como uma forma de contrapor-se aos ataques promovidos por petistas, muitos ainda alojados na estrutura federal.

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