Politica

Receita de Pernambuco 3% menor no próximo ano

Governo apresentou ontem à Assembleia a LOA 2016, na qual estão previstos investimentos de R$ 2,5 bilhões

Com a expectativa de receita para o próximo ano de R$ 32,5 bilhões, algo que comparado à expectativa lançada para 2015 representa uma queda de 3,1%, foi apresentada, ontem, na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a Lei de Diretrizes Orçamentária (LOA) do estado de 2016. Apesar dessa redução, está previsto mais do que duplicar os investimentos, fazendo com que saltem dos R$ 1,1 bilhão, contidos na LOA 2015, para R$ 2,53 bilhões. A matemática capaz de fechar essa conta é feita, basicamente, a partir da confiança na liberação das operações crédito, isto é, empréstimos, hoje bloqueados em todo o país, por determinação da União.

“Nossa expectativa é de que o governo federal reabra a discussão no meio de 2016 e o ingresso de recursos comece a acontecer até o final do primeiro semestre”, afirmou o secretário de Planejamento, Danilo Cabral, que fez a apresentação da LOA. Este ponto, porém, é um dos poucos que reflete otimismo. Nos demais predominou o saldo negativo de frustrações de receitas. A maior cifra é a dos convênios com o governo federal, especialmente no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que devem deixar de injetar em Pernambuco R$ 460 milhões. Seguem as fontes próprias, que devem ser de R$ 380 milhões a menos.

Entre as despesas, por outro lado, o primeiro ponto abordado foi o gasto com pessoal, hoje acima do limite prudencial, que é de 50,3% da Receita Corrente Líquida. Um cenário que, caso siga por mais dois quadrimestres, impossibilitará o estado de receber repasses da União. A previsão da LOA 2016 é de um aumento de 6% na folha. “A folha tem um crescimento vegetativo. Mesmo que o estado não conceda reajustem nem faça novas contratações, há esse aumento por um conjunto de direitos dos servidores”, explicou Danilo Cabral.

Durante a audiência, o líder da oposição na Assembleia, deputado Silvio Costa Filho (PTB), indagou sobre “como fica a promessa de campanha do governador Paulo Câmara de dobrar o salário dos professores da rede pública”. “Esse segundo quadrimestre aponta que não estamos em condições de dar esse reajuste. Na LOA  a expectativa é de que no primeiro quadrimestre de abril a gente possa voltar a negociar com os servidores”, respondeu o secretário de Planejamento. Os números presentes na LOA 2015 não levam em consideração o pacote de enviado ao legislativo pelo governador Paulo Câmara que visa incremento de R$ 500 milhões na receita com medidas como aumento de impostos. Caso seja concretizado, a promessa é de que o dinheiro seja revertido para ações em saúde e segurança.

 

Previsão Orçamentária para 2015

R$ 33,6 bilhões

Previsão Orçamentária para 2016

R$ 32,57 bilhões

Comparativo de orçamentos 2015 e 2016

R$ 460 milhões a menos repassados por convênios

R$ 380 milhões a menos na arrecadação de fontes próprias

R$ 300 milhões a menos obtidos nas operações de crédito

R$ 210 milhões a mais na receita própria dos órgãos (ex. Detran e taxa de prevenção de incêndio)

Comparativo de despesas 2015 e 2016

6% da RCL a mais com gasto de pessoal

4% a menos nas transferências constitucionais aos municípios

7% a menos de despesas correntes

24% a mais no serviço da dívida (7,7% da RCL)

1% a menos da reserva de contingência

Recursos destinados a investimentos

R$ 513,2 milhões para habitabilidade e mobilidade

R$ 465,9 milhões para água e saneamento

R$ 409,8 milhões para desenvolvimento infraestrutura

R$ 304,2 milhões para segurança e ressocialização

R$ 258,8 milhões para agricultura

R$ 175,3 milhões para educação e cultura

R$ 73,2 milhões para saúde

R$ 72,6 milhões para ciência e tecnologia

R$ 264,1 milhões para outras áreas

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