Politica

Oposição cobra transparência após governo anunciar corte de R$ 600 milhões no estado

Deputados afirmaram que áreas como saúde, segurança e educação não podem sofrer contingenciamento e aproveitaram para criticar gastos da gestão

Priscila apontou aumento de 12% em gastos com gratificações para cargos de confiança (Foto: Cecília Sá Pereira/Divulgação)

A primeira a ocupar a tribuna foi a deputada Priscila Krause (DEM), que apesar de formalmente não integrar a bancada, é bastante crítica à administração socialista. A democrata apresentou um relatório com dados de um pedido de informações feito ao governo, onde relata um aumento de 12% no montante de gratificações dos cargos de confiança. Esse percentual resultaria, segundo ela, em um acréscimo de R$ 22 milhões em relação ao que foi pago em 2014. "É necessário que o contingenciamento tenha qualidade nos seus cortes e atinja o que é gordura", ponderou.

Outro que não aliviou foi o deputado Edilson Silva (PSol). "Hoje você pega os jornais e vê a notícia em metade da página: governo vai anunciar cortes. Na outra metade, uma propaganda do governo. Vai ter corte na verba com publicidade? O governo gasta R$ 100 milhões por ano só com publicidade. Onde eu vejo cortes: cirurgias, falta de pagamento de professor, falta de colete de policial, falta de combustível nas viaturas... É uma irresponsabilidade apresentar um corte de R$ 600 milhões que só é linear para o povo", disse.

Além de pedir transparência, Edilson criticou governo por gastos com produtos como uísque, espumante e cachaça

O líder do bloco, deputado Sílvio Costa Filho (PTB), foi mais ponderado, mas afirmou que a oposição irá realizar um pedido de informações ao governo para saber de que forma se darão os cortes. "Nós precisamos de informações mais detalhadas. Como será essa redução, se cada secretário terá autonomia para fazer esse corte. O que não podemos aceitar são cortes na área da saúde, educação, segurança. Não pode haver corte para medicamentos, pagamento de médicos, custeio das polícias... A gente vai analisar para que não aconteçam em áreas que prejudiquem o atendimento à população", asseverou.

[SAIBAMAIS]Já o líder do governo, deputado Waldemar Borges (PSB), voltou a bater na tecla de que o estado está sofrendo as consequências da crise enfrentada pelo país. "Há setores que a gente vai preservar o máximo possível. Agora, é terrível, pois a gente está vivendo em um país que está passando por um ajuste fiscal bancado pelos estados e municípios, que economizaram R$ 16 bilhões. O nosso superávit foi de R$ 13 bi e por quê? Por que o governo federal gastou R$ 3 bi a mais do que gastou no ano passado. Então, que ajuste fiscal é esse? A gente tem que estar cortando sempre? Esse modelo federalista nos impõe esse tipo de situação", avaliou.

Waldemar também refutou as informações trazidas pela democrata Priscila Krause e afirmou que, no "frigir dos ovos", a economia verificada até aqui foi mais significativa do que aumentos eventuais. "O que a gente teve nesse período (2015) foi uma redução de R$ 20 milhões com gastos em consultoria, R$ 15 milhões com locação de carros, R$ 15 milhões com publicidade, R$ 12 milhões com diárias, R$ 2,8 milhões em serviços de telefonia, R$ 1,8 milhão com manutenção da frota, R$ 1,5 milhão com passagens, R$ 1,4 milhão com locação de imóveis, R$ 700 mil com combustível... A resultante dessa conta é uma economia bastante grande", encerrou.

Mais cedo, em entrevista coletiva aos jornalistas, no Palácio do Campo das Princesas, Márcio Stefanni anunciou a redução de R$ 600 milhões nos gastos do governo. Anteriormente, o governador já tinha declarado que pretendia economizar R$ 320 milhões. Até o mês de julho, o estado teria economizado recursos na ordem de R$ 210 milhões. O governo ainda não sabe quais os setores que serão mais afetados com os cortes, mas deixou claro que os serviços básicos, como educação, saúde e segurança, não serão afetados.

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