O PTB não vai vai ficar à margem no processo eleitoral do Recife no próximo ano. O senador licenciado e ministro do Desenvolvimento Armando Monteiro Neto declarou, ontem, que a legenda terá candidatura própria nas eleições de 2016 na capital pernambucana. “Teremos múltiplas candidaturas e o PTB vai estar na disputa com candidato, o que garantirá a ocorrência do segundo turno”.
Apesar do otimismo, o partido do ministro esbarra na falta de quadros políticos e na questão do tempo eleitoral. Caso o PT, seu maior aliado no estado, também mantenha o projeto de candidatura própria, o grupo de oposição ao prefeito Geraldo Julio, que deve disputar à reeleição, entrará enfraquecido na disputa. O nome mais cotado no PTB é do deputado estadual e líder da oposição Silvio Costa Filho.
A declaração de Armando foi dada durante a festa de aniversário do vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Álvaro Porto, também do PTB. O cenário do evento foi a cidade de Canhotinho, a 206 quilômetros do Recife, no Agreste. Nos bastidores da festa, outro assunto foi alvo de comentários dos convidados: a possibilidade da candidatura do deputado federal Jarbas Vasconcelos.
“Pelo o que tenho acompanhado, Jarbas não tem negado o interesse. Portanto, acredito que ele deve mesmo concorrer”, comentou Armando Monteiro Neto. Apesar de negar publicamente, aliados de Jarbas afirmam que o deputado estaria com as relações estremecidas com o prefeito Geraldo Julio. Uma eventual candidatura de Jarbas, que foi prefeito do Recife em duas ocasiões, foi levantada em junho deste ano pela coluna Diario Político, assinada por Marisa Gibson.
[SAIBAMAIS]
Outra presença na festa de Álvaro Porto foi do líder das oposições na Câmara Federal, o deputado Bruno Araújo (PSDB). O seu partido tem um cenário parecido com o do PMDB de Jarbas Vasconcelos: a aliança com o PSB no plano estadual. Os tucanos, no entanto, ainda estão na oposição no plano municipal. O PSDB ensaia a candidatura do deputado federal Daniel Coelho, que chegou a ser cotado como possível filiado do PTB caso o partido não queria entrar na disputa pela sucessão de Geraldo Julio.
Avaliação negativa e bastidores do PMDB
O ministro do Desenvolvimento Armando Monteiro Neto (PTB) está evitando agendas públicas em Pernambuco desde que assumiu o comando da pasta no início da segunda gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). Em reserva, aliados de Armando analisam que, ao fazer parte do governo, o ministro estaria associando sua imagem a da presidente, que enfrenta uma queda de popularidade e altos índices de rejeição. Não seria, no entanto, uma forma de se proteger, mas de não alimentar uma agenda negativa, até porque obras federais, como o Arco Metropolitano, em Pernambuco, ainda engatinham em sua execução.
Em Canhotinho, Armando chegou a comentar o quadro da política nacional, com a possibilidade do vice-presidente da República Michel Temer assumir a presidência do PMDB. “A crise política acaba agravando a crise econômica. Temer tem sido muito correto com a presidente e, ao retomar o comando do PMDB, assegurará os ajustes necessários para a superação da crise política. O sentimento é que ele retorne ao comando do partido, o que trará o PMDB para a base de apoio do governo. Ao se ajustar a política, a economia vai se ajustando”, avaliou.
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