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Negócios Recife ganha parque de diversões na versão pet Empresário André Bastos investe R$ 9 milhões nas primeiras duas lojas do Mundo Pet, que ele denominou de a Disney do segmento, em Pernambuco

Por: Kauê Diniz

Publicado em: 30/09/2018 10:00 Atualizado em: 27/09/2018 20:55

André Bastos e o sócio Alain Michel: espaço destinado a entretenimento, onde a venda é uma consequência. Foto:Mundo Pet/Divulgacao
André Bastos e o sócio Alain Michel: espaço destinado a entretenimento, onde a venda é uma consequência. Foto:Mundo Pet/Divulgacao
Na contramão de muitos segmentos econômicos, nos quais os últimos anos impuseram prejuízos consecutivos, o mercado pet vem colhendo números positivos que só impulsionam ainda mais o setor. De olho nesse cenário, o empresário cearense André Bastos resolveu que, depois do Ceará e Bahia, estava na hora de expandir a rede Mundo Pet para Pernambuco e, com duas lojas, uma em Casa Forte (ao lado do Plaza Shopping) e a outra no Pina (na Avenida Domingos Ferreira), vai investir R$ 9 milhões nas unidades. A primeira, com 1,3 mil metros quadrados, abre as portas no dia 4 de outubro. A da Zona Sul, a maior do grupo, com 1,8 mil metros quadrados, um mês depois.

Com a concorrência crescendo também de olho na mesma fatia desse mercado promissor, Bastos garante que não se preocupa com os “vizinhos”. Segundo ele, a proposta do Mundo Pet difere das demais, sobretudo quando se pensa em pet shops. A rede aposta em um amplo espaço de convivência, com cenografia composta por árvores naturais e artificiais, atrações frequentes, como shows de adestramento, agility e desfile de moda, que motive o lazer em família e, consequentemente, o consumo de produtos e serviços das lojas. É tanto que, em Fortaleza, o grupo ganhou o apelido de a Disney dos pets, mas sem esquecer do social, já que atua em parcerias com ONGs em um trabalho de estímulo à adoção de animais abandonados.

“Nosso maior desafio é descaracterizar o pet como um espaço de compras de ração, banho e serviços veterinários. Temos tudo isso, mas gostamos de atrair as crianças e pessoas em geral pelo que oferecemos, com eventos e festas semanais, um minizoológico doméstico e café, ou seja, é um local para relacionamento, onde as pessoas se encontram para se divertir, bater um papo ou fazer uma reunião”, explica Bastos, que tem como maior fatia do seu faturamento, 78%, o varejo.

A Mundo Pet entra no perfil de negócio das chamadas pet superstores - grandes lojas voltadas aos animais de estimação -, que, segundo a empresa global de pesquisa de mercado Euromonitor Internacional, é uma tendência nesse segmento. Esse modelo já representa 7,4% das vendas de pet care no país e movimentou, somente em 2017 com produtos, R$ 1,3 bilhão.

Apesar dos pet shops ainda representarem 44% do total das vendas, graças a uma maior penetração em áreas menos urbanizadas, de acordo com a Euromonitor, essa fatia tende a diminuir com a chegada, mais robusta, das grandes cadeias de lojas do segmento, que agregam no mesmo espaço um número variado de serviços, produtos e entretenimento.

Quando o destino bate à porta e muda o futuro

Na vida de André Bastos, uma sucessão de episódios lhe mostrou que o destino costuma bater em sua porta oferecendo oportunidades. Foi assim que deixou, na adolescência, de vender sanduíche natural na Praia de Porto das Dunas, no Ceará, para hoje comandar uma rede de megalojas pet que pretende ser a uma referência no Nordeste.

A porta de entrada de Bastos no mundo pet foi como handler, profissional especializado em treinar e apresentar cães nas exposições caninas. O passo adiante veio ao abrir um pet shop em Fortaleza, há cerca de 23 anos: o Faro Fino. Mas o empresário tinha o sonho de um dia ter uma megaloja, ao estilo da Mundo Pet. “Comecei com uma loja de 48 metros quadrados. Depois de um tempo, um cliente me chamou:. ‘André, vem olhar minha agência de viagem no bairro do Meirelles!’ Quando cheguei lá, falou: ‘Monte uma Faro Fino aqui, no lugar dela, e te dou um ano de carência’. Hoje, o meu filho administra as três unidades que criei”.

Depois, começaram a me procurar para tentar franquear a marca. Mas não queria. Preferia dar o suporte e montar a loja do clientes e ter um concorrente que gostava de mim. Nessa época também ministrava palestras sobre empreendedorismo. 

Após quase duas décadas, o sonho de Bastos já havia se perdido na memória, acomodado com o que já havia conquistado. Foi aí que, há cerca de cinco anos, o destino bateu em sua porta. “Estava na zona de conforto. Já pensava mais em outros planos longe da loja. Três caras de terno entraram na minha sala e começaram a perguntar sobre o mercado de pet. Pensei que eles queriam comprar minhas lojas, algo que já estava pensando, ou ser meu concorrente. Como nunca tive medo de concorrência, falei de tudo: do mercado europeu, asiático...”, conta Bastos. “Eles foram para a Europa e me ligavam sempre tirando dúvidas. Quando voltaram, cerca de um mês depois, disseram que tinham uma proposta e perguntaram se eu toparia ir a São Paulo. Quando cheguei lá, perguntaram se eu estava disposto a realizar meu sonho”, acrescenta o empresário.

Os homens de terno eram investidores e estavam dispostos a transformar o sonho  de André Bastos em realidade em troca de um retorno financeiro com o sucesso do negócio. “Fui na Cobasi (gigante do setor, que abriu sua primeira loja no Nordeste, quinta-feira passada, no Shopping Recife), e passei dois dias dentro da loja anotando tudo sobre preço para apresentar um business plan”.

Cara de um, focinho do outro!

Sabe aquela expressão: cara de um, focinho do outro! Pois é, cada vez mais o animal de estimação está adquirindo os hábitos dos donos, que estão estimulando, em muitos casos, os seus pets a adotarem uma alimentação vegana, por exemplo, ou, no contraponto disso, a beber cerveja.

“Essa é uma tendência que não tem volta. As pessoas querem que seus animais de estimação consumam igual a elas. Então, temos vinho e cerveja para pets. Na nossa seção na padaria, temos petiscos 100% orgânicos. Somente a gente no Nordeste tem alimentos com selo livre de transgênico”, conta Bastos, reforçando que muitos dos produtos são importados dos EUA, China, Alemanha e Coreia.

Outra exclusividade no Brasil que a Mundo Pet vai apresentar, segundo Bastos, é a coleira com chip de localização, para os donos localizarem seus animais em caso de perda ou, até mesmo, roubo. Outro produto que o empresário aposta é o babá dog, a babá eletrônica para cachorro. O dono, com o seu celular, pode do trabalho estar acompanhando seu animal em casa. Através de um trabalho de parceria com concessionárias, o Mundo Pet também vai “casar” a venda de kits de segurança de animais nos veículos.



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