A Imprensa como memória da humanidade
Múcio Aguiar
Presidente da Associação da Imprensa de Pernambuco, ex-diretor de Jornalismo do Diario, com doutoramento em Ph.D pela Universidade de Coimbra
Publicado em: 12/12/2024 03:00 Atualizado em: 11/12/2024 23:33
Há quase uma década, idealizamos com o Prof. Dr. João Palmeiro, então presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, o projeto jornais centenários do Brasil e de Portugal: um legado cultural. A iniciativa visa reconhecer os periódicos com mais de cem anos em circulação impressa como Memória do Mundo, um programa da Unesco, criado em 1992. Em nossa pesquisa identificamos 20 jornais brasileiros e 35 portugueses que durante pelo menos 100 anos continuam publicados. No Brasil, esperamos nos próximos dez anos subir para o número de 30 títulos.
No que pese Portugal liderar o quantitativo, é no Brasil, em Pernambuco que temos a joia da coroa: Diario de Pernambuco, o mais antigo em circulação no hemisfério sul e em países de língua portuguesa.
A cooperação entre a Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP) com sua congênere portuguesa permitiu a realização de exposições e conferências nos dois países, sendo a primeira no Recife, em 2019 e outras que se sucederam em São Luís, Maranhão e em Portugal. Em 2025 quatro novas exposições deverão ser inauguradas (Recife, Rio de Janeiro, Évora e no Instituto Pernambuco-Porto), num projeto que comemora o bicentenário da imprensa luso-brasileira.
Apesar de entraves técnicos para o reconhecimento dos jornais centenários como Memória do Mundo, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o acervo de um jornal como patrimônio material nacional, o projeto de lei é de autoria do deputado Eduardo da Fonte, e sancionado pelo presidente Lula, como Lei nº 15.027/2024. Com o apoio do advogado Carlos Vital, presidente do DP, contribuímos para o nascimento do projeto/lei que agora é complementado por lei municipal e brevemente por lei estadual.
Paralelamente a iniciativa de tornar o acervo do Diario de Pernambuco reconhecido como patrimônio material brasileiro, outra importante ação vem sendo realizada: a restauração e digitalização do acervo, pela UFPE sob a coordenação do Prof. Dr. Marcos Galindo e nossa colaboração.
Com o apoio do senador Fernando Dueire, através de emenda parlamentar, foi empenhado recurso pela Secretaria de Turismo de Pernambuco, que aguarda repasse da Caixa Econômica Federal, para licitar a obra de restauração do Casarão da AIP e assim transforma-lo em Museu da Imprensa, um espaço de memória e pesquisa. Contamos com uma biblioteca de cerca de 10 mil livros e um acervo de periódicos como o Diário da Manhã, O Dia, A Tarde e O Pequeno – estes doados pelo empresário Heleno Gouveia Filho, e, mas recentemente a coleção do jornal A Fronteira. Atualmente impulsionamos inúmeras pesquisas acadêmicas sobre a imprensa e seus profissionais.
Dedilhando os livros de atas da AIP, conhecemos os desafios pela qual a imprensa, especialmente a impressa, foi e é personagem, desde empastelamento em períodos ditatoriais aos atuais. É inquestionável que os jornais são fontes de informações seguras e sinônimo de credibilidade, devendo receber do poder público incentivo para sua finalidade: púlpito da democracia.
O ano de 2025 tende a ser importante para nós, pelos desafios que esperamos superar e pelas datas que devemos festejar. Se no passado a sede da AIP foi refúgio para os perseguidos da década de 1960, como Miguel Arraes e Fernando Lyra, continuamos de portas abertas para todos, no Casarão da AIP, na Av. Conde da Boa Vista 1424, um imóvel cedido pelo Governo de Pernambuco que aguarda renovação da cessão para ser templo permanente da memória do jornalismo pernambucano.
No que pese Portugal liderar o quantitativo, é no Brasil, em Pernambuco que temos a joia da coroa: Diario de Pernambuco, o mais antigo em circulação no hemisfério sul e em países de língua portuguesa.
A cooperação entre a Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP) com sua congênere portuguesa permitiu a realização de exposições e conferências nos dois países, sendo a primeira no Recife, em 2019 e outras que se sucederam em São Luís, Maranhão e em Portugal. Em 2025 quatro novas exposições deverão ser inauguradas (Recife, Rio de Janeiro, Évora e no Instituto Pernambuco-Porto), num projeto que comemora o bicentenário da imprensa luso-brasileira.
Apesar de entraves técnicos para o reconhecimento dos jornais centenários como Memória do Mundo, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o acervo de um jornal como patrimônio material nacional, o projeto de lei é de autoria do deputado Eduardo da Fonte, e sancionado pelo presidente Lula, como Lei nº 15.027/2024. Com o apoio do advogado Carlos Vital, presidente do DP, contribuímos para o nascimento do projeto/lei que agora é complementado por lei municipal e brevemente por lei estadual.
Paralelamente a iniciativa de tornar o acervo do Diario de Pernambuco reconhecido como patrimônio material brasileiro, outra importante ação vem sendo realizada: a restauração e digitalização do acervo, pela UFPE sob a coordenação do Prof. Dr. Marcos Galindo e nossa colaboração.
Com o apoio do senador Fernando Dueire, através de emenda parlamentar, foi empenhado recurso pela Secretaria de Turismo de Pernambuco, que aguarda repasse da Caixa Econômica Federal, para licitar a obra de restauração do Casarão da AIP e assim transforma-lo em Museu da Imprensa, um espaço de memória e pesquisa. Contamos com uma biblioteca de cerca de 10 mil livros e um acervo de periódicos como o Diário da Manhã, O Dia, A Tarde e O Pequeno – estes doados pelo empresário Heleno Gouveia Filho, e, mas recentemente a coleção do jornal A Fronteira. Atualmente impulsionamos inúmeras pesquisas acadêmicas sobre a imprensa e seus profissionais.
Dedilhando os livros de atas da AIP, conhecemos os desafios pela qual a imprensa, especialmente a impressa, foi e é personagem, desde empastelamento em períodos ditatoriais aos atuais. É inquestionável que os jornais são fontes de informações seguras e sinônimo de credibilidade, devendo receber do poder público incentivo para sua finalidade: púlpito da democracia.
O ano de 2025 tende a ser importante para nós, pelos desafios que esperamos superar e pelas datas que devemos festejar. Se no passado a sede da AIP foi refúgio para os perseguidos da década de 1960, como Miguel Arraes e Fernando Lyra, continuamos de portas abertas para todos, no Casarão da AIP, na Av. Conde da Boa Vista 1424, um imóvel cedido pelo Governo de Pernambuco que aguarda renovação da cessão para ser templo permanente da memória do jornalismo pernambucano.
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