Eleições na Marim e no mundo
Carlos Carvalho
Advogado
Publicado em: 07/10/2024 03:00 Atualizado em: 06/10/2024 23:12
O tempo vai passando e, em parte, as coisas vão se repetindo, outras surgindo, se incorporando.
Fazendo uma enquete aqui no hospital onde me encontro há uma semana, pude aquilatar que a maioria dos eleitores deseja saber das propostas, do que parece factível, o que realmente pode ser feito.
Quem prometeu e não fez e quem prometeu e está fazendo. Acusações e brigas, não fazem mais a cabeça do eleitor? Parece que não para a grande maioria. Mentira não pega ou, se pega, pega mal para o boquirroto, com risos da plateia e desmentidos na hora, tipo animais de estimação comidos por imigrantes.
Ocorre que, nesse mundo de acirramentos e narrativas e de guerras em que os outros são sempre os provocadores do caos, somam-se as teorias que sempre voltam, tipo nativismo, teoria que passa bem distante das vozes dos verdadeiros povos originários, que não mandam os estrangeiros de volta para suas plagas de origem. Em cidades diferentes, os homens se comportam igualmente.
Dizem os moradores da Marim que um certo candidato do povo, conhecido, amado e odiado por seus eleitores fazia discurso entusiasmado, passando para firme e por fim colérico, quando, em seu final, alardeava todas as mazelas dos entes públicos, dava os nomes dos atores e autores, que ele, o paladino e vilão, combatia, ferozmente.
Foi então que, no meio da multidão, surge uma mulher e, a plenos pulmões grita: “E aquela verba que você desviou da saúde seu larápio!”. Após um rápido silêncio, certo “burundum”, o candidato identifica a estridente maledicente.
“Fulana é você? É você? É sim! Vamos corrigir, vamos nos irmanar com a verdade! Verba que nós desviamos! Nós, você também participou!”
O comício tem seu termo aos empurrões, insultos, pega, agarra, larga e, por fim a praça vazia. Não foi reeleito. Seus apaixonados eleitores diminuíram. Cresceu a rejeição.
Curioso como tantos buscam o conflito, mesmo já bem tarimbados na vida pública. Isso poderia ser aplicado por quem não é do ramo e tenta, nessa nova roupagem da internet “lacrar”, em verdadeira performance circense.
Lembrei da passagem ao ver e ouvir o debate da TV Cultura, no mais alto nível, para os candidatos à prefeitura de São Paulo, capital econômica do Brasil, resultado do caldeirão de muitas tribos.
Não diga que nunca tivemos bons exemplos. Inteligente, conhecedor e irônico, tal qual Ademir da Guia em campo, para encanto de todos, inclusive de adversários que o aplaudiam em suas geniais atuações, Plínio de Arruda Sampaio roubou a cena e descadeirou seus oponentes, Marina, Serra e Dilma, um a um, em debate para a presidência do Brasil no ano de 2010.
Provocado por Serra para deitar o sarrafo em Dilma, respondeu: “É uma troca de acusações que representa apenas o nível que chegou o debate político”.
Falei em Ademir, pois, ele antevia o lance.
Fazendo uma enquete aqui no hospital onde me encontro há uma semana, pude aquilatar que a maioria dos eleitores deseja saber das propostas, do que parece factível, o que realmente pode ser feito.
Quem prometeu e não fez e quem prometeu e está fazendo. Acusações e brigas, não fazem mais a cabeça do eleitor? Parece que não para a grande maioria. Mentira não pega ou, se pega, pega mal para o boquirroto, com risos da plateia e desmentidos na hora, tipo animais de estimação comidos por imigrantes.
Ocorre que, nesse mundo de acirramentos e narrativas e de guerras em que os outros são sempre os provocadores do caos, somam-se as teorias que sempre voltam, tipo nativismo, teoria que passa bem distante das vozes dos verdadeiros povos originários, que não mandam os estrangeiros de volta para suas plagas de origem. Em cidades diferentes, os homens se comportam igualmente.
Dizem os moradores da Marim que um certo candidato do povo, conhecido, amado e odiado por seus eleitores fazia discurso entusiasmado, passando para firme e por fim colérico, quando, em seu final, alardeava todas as mazelas dos entes públicos, dava os nomes dos atores e autores, que ele, o paladino e vilão, combatia, ferozmente.
Foi então que, no meio da multidão, surge uma mulher e, a plenos pulmões grita: “E aquela verba que você desviou da saúde seu larápio!”. Após um rápido silêncio, certo “burundum”, o candidato identifica a estridente maledicente.
“Fulana é você? É você? É sim! Vamos corrigir, vamos nos irmanar com a verdade! Verba que nós desviamos! Nós, você também participou!”
O comício tem seu termo aos empurrões, insultos, pega, agarra, larga e, por fim a praça vazia. Não foi reeleito. Seus apaixonados eleitores diminuíram. Cresceu a rejeição.
Curioso como tantos buscam o conflito, mesmo já bem tarimbados na vida pública. Isso poderia ser aplicado por quem não é do ramo e tenta, nessa nova roupagem da internet “lacrar”, em verdadeira performance circense.
Lembrei da passagem ao ver e ouvir o debate da TV Cultura, no mais alto nível, para os candidatos à prefeitura de São Paulo, capital econômica do Brasil, resultado do caldeirão de muitas tribos.
Não diga que nunca tivemos bons exemplos. Inteligente, conhecedor e irônico, tal qual Ademir da Guia em campo, para encanto de todos, inclusive de adversários que o aplaudiam em suas geniais atuações, Plínio de Arruda Sampaio roubou a cena e descadeirou seus oponentes, Marina, Serra e Dilma, um a um, em debate para a presidência do Brasil no ano de 2010.
Provocado por Serra para deitar o sarrafo em Dilma, respondeu: “É uma troca de acusações que representa apenas o nível que chegou o debate político”.
Falei em Ademir, pois, ele antevia o lance.
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