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Pernambuco perde famoso escritor e poeta

Giovanni Mastroianni
Advogado, administrador e jornalista

Publicado em: 31/01/2023 00:30 Atualizado em:

Por solicitação da senhora Zenaide Monteiro Pedrosa, eu e o mestre André Caldas Cervinskis fomos escolhidos para revisar grande parte do acervo das quarenta obras literárias do escritor, poeta e advogado Olímpio Bonald da Cunha Pedrosa Neto, pois ela pretendia homenageá-lo, ainda em vida, com a divulgação de seus livros, já que ele sofria do mal de Alzheimer. Quando ocupou a UTI do Hospital Esperança, de Olinda, veio a falecer, dia 26 último, aos noventa anos de idade, deixando um grande acervo de seus trabalhos literários.

O olindense Olímpio Bonald Neto ocupava, desde 1980, a cadeira número 1 da Academia Pernambucana de Letras, que teve como seu antecessor Bento Teixeira. Integrava, também, o Instituto Histórico de Olinda, a Associação de Imprensa de Pernambuco e a União Brasileira de Escritores. Na data de sua “passagem”, a APL completava  o 122.º ano de fundação. Em nota, prestou homenagem póstuma à família do imortal.

Amante do folclore, descreveu, em 1978, a história dos bacamarteiros, famosos desde a guerra do Paraguai. Foi, em seu livro Bacamarte, pólvora e povo que me inspirei para escrever os artigos que o Diario de Pernambuco publicou e que servira de subsídio para meu programa, na Rádio Difusora de Caruaru, Recolhendo o folclore.

Vitorioso escritor, destacam-se, entre suas principais obras: Caboclos de lança, O homem da meia-noite, Artistas pernambucanos,  Gigantes foliões em Pernambuco e A arte do entalhe. Seus principais prêmios: de Antropologia Cultural, da Fundação Joaquim Nabuco; a Comenda da Ordem dos Guararapes, do Estado de Pernambuco; de contos, da Secretaria de Educação e Cultura, do Estado de Pernambuco; de poesia, da União Brasileira de Escritores, seção de Pernambuco, entidade da qual foi seu presidente emérito, em 2009,  e de ensaio, o Prêmio Geraldo de Andrade, da Academia Pernambucana de Letras.

Conheci Olímpio Bonald Neto, em 1966, logo após o lançamento de seu livro O homem que devia ter morrido há três anos, que considero um de seus principais contos e que me foi ofertado pelo autor, à época.

Merecidas homenagens prestadas ao escritor perpetuarão seu nome, principalmente a denominação de Museu Olímpio Bonald Neto, no município do Cabo de Santo Agostinho, uma instituição destinada à história e cultura dos bacamarteiros.  Tendo ocupado importantes cargos públicos,  em sua longa existência, merece registro o de presidente emérito da União Brasileira de Escritores, seção de Pernambuco.

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