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Os teatros do Recife: de ontem e de hoje

João Alberto Martins Sobral
Jornalista

Publicado em: 19/08/2022 03:00 Atualizado em: 18/08/2022 22:24

Teatro Guararapes: Com exatas 2.495 poltronas, entre plateia e balcão, é o segundo maior teatro do Brasil, só perdendo para o Teatro Acadêmico da Academia Militar das Agulhas Negras, que tem 2.884 lugares. O Guararapes que fica no complexo do Centro de Convenções de Pernambuco, tem um palco de 1.050 m2, seis camarins, seis cabines de tradução simultânea. Foi inaugurado em 20 de janeiro de 1982, pelo governador Joaquim Francisco. Nestes 40 anos, foi palco de grandes shows, palestras e peças de teatro, brasileiros e estrangeiros, de incontáveis eventos empresariais, abertura de congressos, formatura de faculdades, apresentação de grandes projetos do governo do estado. É sempre sede da diplomação dos governadores e deputados de Pernambuco. Em 2014 passou por uma grande reforma. Outra em 2016, que o tornou mais moderno, com equipamentos de ponta e novas e confortáveis poltronas. No dia 3 de fevereiro de 2022, em prestigiada cerimônia, passou a se chamar Teatro Guararapes Chico Science. Tem uma agenda sempre cheia, especialmente para shows de grandes nomes da MPB. Alguns não só lotam o teatro, mas acabam exigindo apresentações extras para poder atender à enorme procura.  E seu enorme foyer, com 900 m2, é muito usado para eventos.

Teatros do Centro de Convenções: Além do Teatro Guararapes, o Centro de Convenções de Pernambuco tem outros quatro teatros menores, no piso inferior: Tabocas (800 lugares), Beberibe (390 lugares), Brum (200 lugares) e Ribeira (202 lugares). Raramente são usados para peças e shows, funcionam muito mais como espaços empresariais especialmente palestras paralelas às feiras que acontecem no Pavilhão do Cecon.
 
Teatro Arraial Ariano Suassuna: O nome presta homenagem a um dos maiores defensores da cultura popular nordestina, autor de clássicos da literatura brasileira como O Auto da Compadecida e O Romance d’A Pedra do Reino. O Governo do Pernambuco rebatizou no final de 2014 o equipamento cultural localizado na Rua da Aurora, no Recife. Por sugestão do próprio Ariano, teve o primeiro nome de Teatro Arraial, para marcar a época do seu lançamento, já que 1997 foi o ano do centenário de destruição do Arraial de Canudos. A referência a este episódio histórico está nas figuras de Antônio Conselheiro e de sua companheira Maria Villanova, que foram retratados num belíssimo vitral, que ornamenta as laterais do palco do teatro. Fica Rua da Aurora, 457, e é administrado pela Fundarpe. Com 94 poltronas, serve para apresentações de peças locais, pocket shows, seminários e debates. A edificação faz parte do conjunto arquitetônico da Rua da Aurora e tem uma intensa atividade, com apresentações de peças locais, pocket shows, seminários e debates

Teatro Hermilo Borba Filho: A princípio era chamado Centro Experimental Teatro Apolo e surgiu a partir da transformação de dois armazéns localizados nos fundos do Teatro Apolo. Virou espaço cênico em 1987, com a montagem da peça O Balcão,  de Jean Genet, com direção de Antonio Cadengue e atuação dos alunos do Curso de Formação do Ator da Universidade Federal de Pernambuco. Após ampla reforma, foi reinaugurado em 1988, com espaço de configuração flexível, cujas arquibancadas podem ser ajustadas para diversas formações diferentes, e com capacidade para 150 pessoas, passando então a levar o nome de Hermilo Borba Filho, que foi dramaturgo, escritor, crítico literário, jornalista, diretor, teatrólogo, advogado e tradutor. Fica no Cais do Apolo e tem como grande diferencial a proximidade entre os atores e os espectadores.

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