O ginásio e seu papel
Vladimir Souza Carvalho
Membro das Academias Sergipana e Itabaianense de Letras
Publicado em: 18/09/2021 03:00 Atualizado em: 18/09/2021 07:18
O ginásio era um mundo novo que se abria aos nossos olhos, reunindo alunos oriundos de escola limitada a um salão, como era o meu caso, e de poucos grupos. O ginásio ficava maior ainda, adicionado o fato de ser o único e último, porque, depois do curso ginasial, não existia outro. O científico e o clássico se situavam em esfera bem distante. Impressionava, então, o aluno, colocado em um palco infinitivamente maior do que o da escola primária.
Contudo, apesar dos espaçados quarteirões, das grandes salas, das janelas abertas que nos faziam esquecer do calor, sobressaiam dois tipos de flores, digo, de professores. Uns, eram agradáveis, simpáticos, faziam o aluno se sentir bem na sala de aula. De outros, nem ilustres e nem saudosos, só o fedor da cara fechada, o receio de provocá-los para não distribuírem coices, fazendo-se respeitar pelo receio do aluno até de lhes dirigir a palavra. Aulas terríveis, o planeta da cabeça do mestre girava de uma forma que já causava medo só do aluno fitá-lo, a ameaça no ar de alguma reprimenda. O aluno, lá embaixo, todo inferiorizado.
Nisso o ginásio foi o ponto inicial, como se funcionasse como um preparatório para o futuro, a alertar o aluno que, adiante, também se toparia com professores sem noção alguma de didática, e de outros, que escondidos na careta que encobria o rosto, evitavam o diálogo com o discente, que, desta forma, não se sentia encorajado a tirar suas dúvidas ali, na sala de aula. Assim foi o curso clássico, com honrosas e saudosas (de verdade) exceções. Depois, seria a vez do curso superior, e, aí, Deus do céu, a débil exposição de alguns, a focar um detalhe no ponto, sem traçar para o aluno no cenário no qual a matéria se situava, enquanto outros se esmeravam nos esquemas, tentativa correta de fazer com que o discípulo tivesse do ponto a visão devida.
Quando homenageado, como aposentado, com o direito de escolher quem queria que o saudasse, Artur Oscar de Oliveira Déda, de imediato, apontou meu nome. Não aquilatei, na ocasião, o peso da escolha. Tivesse, hoje, de me fixar no fato maior de minha passagem pela Faculdade de Direito, diria que ocorreu depois, quando fui escolhido por Déda para saudá-lo.
Contudo, apesar dos espaçados quarteirões, das grandes salas, das janelas abertas que nos faziam esquecer do calor, sobressaiam dois tipos de flores, digo, de professores. Uns, eram agradáveis, simpáticos, faziam o aluno se sentir bem na sala de aula. De outros, nem ilustres e nem saudosos, só o fedor da cara fechada, o receio de provocá-los para não distribuírem coices, fazendo-se respeitar pelo receio do aluno até de lhes dirigir a palavra. Aulas terríveis, o planeta da cabeça do mestre girava de uma forma que já causava medo só do aluno fitá-lo, a ameaça no ar de alguma reprimenda. O aluno, lá embaixo, todo inferiorizado.
Nisso o ginásio foi o ponto inicial, como se funcionasse como um preparatório para o futuro, a alertar o aluno que, adiante, também se toparia com professores sem noção alguma de didática, e de outros, que escondidos na careta que encobria o rosto, evitavam o diálogo com o discente, que, desta forma, não se sentia encorajado a tirar suas dúvidas ali, na sala de aula. Assim foi o curso clássico, com honrosas e saudosas (de verdade) exceções. Depois, seria a vez do curso superior, e, aí, Deus do céu, a débil exposição de alguns, a focar um detalhe no ponto, sem traçar para o aluno no cenário no qual a matéria se situava, enquanto outros se esmeravam nos esquemas, tentativa correta de fazer com que o discípulo tivesse do ponto a visão devida.
Quando homenageado, como aposentado, com o direito de escolher quem queria que o saudasse, Artur Oscar de Oliveira Déda, de imediato, apontou meu nome. Não aquilatei, na ocasião, o peso da escolha. Tivesse, hoje, de me fixar no fato maior de minha passagem pela Faculdade de Direito, diria que ocorreu depois, quando fui escolhido por Déda para saudá-lo.
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