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A AIP e seus construtores

Joezil Barros
Jornalista, ex-presidente da AIP e do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco

Publicado em: 13/09/2021 03:00 Atualizado em: 13/09/2021 02:36

Este ano são comemorados 90 anos da Associação da Imprensa de Pernambuco  (AIP), entidade que tive a honra de presidir durante três anos a partir de 1971 e de onde saí em 1974, depois de concorridas eleições,  para assumir a presidência da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais, em Brasília, tendo sido eleito  antes, também, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Recife. Comandar no seu posto máximo tão importantes instituições dos jornalistas brasileiros, muitos dos quais intelectuais da maior expressão, significou para mim motivo de muito orgulho tendo em vista a minha origem humilde, filho de pais operários, sem nenhuma representação social e financeira, morando na “beira chié”, como era conhecido o bairro da Torre, onde residíamos, mesmo local em que morava grande parcela dos desempregados do Recife e operários da fábrica de tecidos do mesmo bairro e os servidores da Pernambuco Tramways, empresa de bondes, veículos utilizados para transporte da população e que antecedeu a chegada dos ônibus no Recife.

Entrei no jornalismo muito cedo – tinha apenas 16 anos e sem qualquer formação acadêmica, quando decidi ingressar no mercado de trabalho e, num verdadeiro desafio, busquei trabalhar em diferentes veículos de comunicação, iniciando pelo extinto Jornal Pequeno, onde me apresentei ao seu proprietário, Enylson Sá Barreto, informando ter experiência como repórter de polícia, ocasião em que fui contratado com a garantia de receber pequena quantia para o lanche. Permaneci nesse jornal cerca de um ano, na mesma situação salarial, mas essa primeira experiência serviu para me identificar com o mercado jornalístico e, ao mesmo tempo,  me relacionar com as fontes de informação, tudo objetivando me vincular a outros veículos. Desse modo, trabalhei a seguir na Rádio Olinda e depois na Rádio Clube de Pernambuco, empresa da qual, muitos anos depois,  fui seu presidente, conjuntamente com o Diario de Pernambuco. Durante o tempo de meu exercício profissional, estive sempre vinculado à Associação da Imprensa de Pernambuco e ao Sindicato dos Jornalistas, atitude que era quase automática da parte de todo o pessoal de rádio, jornal e televisão.

Ao finalizar estes registros, relaciono colegas que sempre estiveram ao nosso lado, nas lutas do Sindicato dos Jornalistas e da AIP – sendo que os esforços da AIP eram direcionados, quase sempre, para ações visando a expansão do jornalismo nas cidades do interior, mesmo inexistindo nas relações profissionais praticamente nenhuma conotação salarial.  No Sindicato dos Jornalistas, todavia, nossa diretriz era a deflagração de ações visando a valorização profissional, o que realizávamos com equilíbrio e senso profissional, sendo importante destacar que estávamos sempre participando dos congressos da categoria e nos solidarizando com os movimentos de valorização da profissão. Neste momento em que se registra a importância dos 90 anos da AIP, é  fundamental destacar muitos jornalistas que deram sua colaboração para o êxito das entidades representativas da categoria, onde poderiam ser citados – com o pedido de desculpas pelas omissões. São eles -Lúcio Coura Góes, Teresa Figueredo, Miriam Maranhão, Nely Silva,  Ivancil Constantino, Aderbal Jurema, Luiz Felipe Moura, João Alberto, Claudio Tavares,  Zenaide Barbosa, entre outros.

Presidentes da AIP, nesses 90 anos, destaco ainda Múcio Aguiar – como o hercúleo trabalho para soerguer a entidade do estado de falência em que se encontrava anos atrás - Salvador Nigro, Reinaldo Câmara, Paulo do Couto Malta, Artur Carvalho,  Aldo Paes Barreto, Lucio  Costa, Carlos Garcia, Elias Roma e Carlos Cavalcanti, muitos dos quais responsáveis pela construção da sede da Av. Dantas Barreto e do edifício AIP anexo.

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