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Punhal nas costas: inimigos atacam em silêncio

Raimundo Carrero
Membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 03/05/2021 03:00 Atualizado em: 03/05/2021 06:08

Não quero ser chato mas enfrento, diariamente, uma luta de titãs contra inimigos que se imaginam silenciosos. E  o alvo, sem dúvida, o grande alvo é a minha obra literária, que é o que de melhor realizei em minha já longa obra, ao lado daquilo que mais me envaidece, os meus filhos, gigantes que mais me acalentam a alma sempre me lembro deles; de convivência pacifica e rica, cada vez mais rica, com quem aprendo a arte de viver e a suportar os clamores do mundo.

Apesar disso, minha obra continua em marcha, meu livro recente Estão matando os meninos, Editora Iluminuras,  conquistou ampla repercussão no país, repercussão, aliás, de imensa qualidade, com estudos de Lourival Holanda, José Castello e Guiomar de Grammond, que me colocou na condição de clássico em vida, neste Diario de Pernambuco e no Instagram, sem falar em Olga de Melo, que publicou uma página inteira com resenha e entrevista no antigo e resistente Correio da Manhã, desde Edmundo Bettancourt e Niomar Muniz Sodré, cassada pela ditadura. Neste momento, o livro está sendo traduzido para a Argentina.

Recentemente, lançamos a antologia Literatura na Distância, no selo Edições Bagaço, sempre uma parceira magnífica, com a participação de mais de vinte alunos da nossa Oficina de Criação Literária on-line e algumas revelações que vão enriquecer a nossa literatura, com certeza. Depois revelo os nomes e os títulos dos livros.

E a luta continua. Estou escrevendo um livro de memórias com fatos e personagens relevantes numa revisão da recente história cultural, literária e jornalística de Pernambuco, com alguma coisa do Brasil. Fui e ainda sou protagonista de muita história por mais de cinquenta anos.

Estou torto mas não estou morto é o título das memórias que não se dedicará a denúncias – não sou espetacular – mas à reflexão cultural e literária de um momento significativo da vida pernambucana. Não será um dicionário de nomes e de posições. Mas questionará visões conflitantes ou harmônicas  de tudo que vivi.

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