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A luta pelo poder

Antônio Luiz Neto
Professor e Defensor Público do Estado de Pernambuco

Publicado em: 13/04/2021 03:00 Atualizado em: 13/04/2021 06:45

Felizes aqueles que vivem em democracia. Podem expressar-se e serem ouvidos. Podem votar e serem votados. Têm a livre escolha para indicar representantes que se assemelhem aos seus pensamentos e ideais. Cidadãos que podem transformar a sociedade, participando direta e/ou indiretamente da construção do Estado formal, criado pela luta e organização de cada nação.

Felizes os que convivem numa democracia plena em seu funcionamento. Nela, do mais preparado ao menos letrado ou politizado, todos detêm o poder que emana do povo. É dado o direito inalienável de ser respeitado e participar em igualdade de condições com qualquer outro indivíduo.

Na democracia, o voto não deve ser vilipendiado, comprado, falseado, desaforado, extraído, roubado. Quando acontece, o povo sempre pode corrigir. É o melhor dos regimes. Quando bem exercido pode evoluir.

A melhor definição de política veio da Grécia. Muitos foram os filósofos e cientistas políticos que falaram e escreveram brilhantemente sobre a matéria, Demóstenes, Sócrates, Platão, Maquiavel e, tantos outros, em todos os tempos, até os presentes dias.

Entretanto, apenas um, expressou de forma genial e suscinta uma definição que nos permite entender, pensar e refletir sobre a  política. O grande Aristóteles. Ele disse:

“Política é a luta pelo poder”.

Afirmou que cabe a cada um, que escolhe ou é escolhido, saber o que pretende. Para que você quer a política? Para que você quer o poder? Que tipo de poder quer exercer ou ver ser exercido. “O poder do fazer pelas pessoas!”; “O poder de construir a sociedade nas comunidades, nos bairros, nos subúrbios, nos distritos, nos sítios, nas cidades, nos Estados Membros, onde o homem e a natureza estiverem?”; Você quer “o poder de atingir os verdadeiros objetivos da criação do Estado Moderno e Democrático de Direito, sempre a serviço do povo?, ou; quer “O poder apenas pelo poder”; “O poder para si próprio e para os seus?”, “O poder para ser forte e defender interesses pessoais que prejudicam a população?”; Seu objetivo é “o poder da força, das armas, autoritário e que não respeita as leis?”; É o “o poder marginal, para locupletar-se?”, “para enriquecer através da corrupção e do compadrio!”; Você luta pelo: “ poder demagógico e transgressor?; Que não respeita a educação, a saúde, a ciência, a justiça, não protege os sagrados ditames da liberdade, da igualdade de oportunidades, da dignidade para todos, independentemente de condição social, cor, etc, estabelecidos sob a égide da Constituição e das leis formuladas para cada povo organizado?”.

A reflexão provocada pela frase de Aristóteles nos impõe indagarmos constantemente a nós mesmos: O que finalmente queremos? “O poder que reverencia a busca constante de justiça social, que oferece a cada membro de uma sociedade as necessárias chances de terem uma escola de qualidade, um sistema de saúde digno, uma Justiça plena no cumprimento jurisdicional da garantia de coexistência pacífica entre os homens?; “Um Estado seguro?”Buscamos realmente viver num regime que não abre mão do contraditório, da livre expressão? ; Queremos realmente o poder não arbitrário, que cumpre o juramento da ordem emanada da vontade do povo, verdadeiro destinatário para usufruir de uma sociedade organizada, onde as oportunidades devem ser iguais? Nossa vontade é deixar o legado democrático para as futuras gerações? Uma política que nos dê orgulho porque permite que o Povo exerça o poder através do Estado Organizado administrado para ele?

O fato é que devemos refletir. Observar nossas opções. Fazer nossas escolhas de forma responsável e cidadã. Quem nos representa tem que ser igual ou melhor do que cada um de nós. Somos nós que constituímos o Estado. Precisamos ter um país ao nível das nossas gerações. Das opções que fazemos surgem os governos, as gestões, as obras, as leis, as decisões, as sentenças.

Nossa responsabilidade é grande. Estamos plantando a Nação para os nossos filhos, sobrinhos,  netos, para os brasileiros de hoje e  do amanhã.

Precisamos começar agora. Olharmos para um lado, para o outro, para trás, para o presente,  analisarmos tudo e seguirmos em frente do alto da nossa experiência. Vamos tentar. Nós merecemos. Nossa Pátria merece. Ela foi construída por muitos. Com sangue, suor e lágrimas. Por nós mesmos. Pelos nossos queridos pais e antepassados. Por tantos heróicos brasileiros que escreveram páginas de ouro que nos servem de exemplo de nativismo e luta por justiça social.

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