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Projetos anunciados e nunca concretizados (3)

João Alberto Martins Sobral
Jornalista

Publicado em: 19/02/2021 03:00 Atualizado em: 19/02/2021 05:33

Fórmula Indy: Em 2008, Luciano do Valle, que transmitia as corridas da Fórmula Indy pela TV  Bandeirantes e morava em Porto de Galinhas, iniciou os entendimentos para a realização de uma etapa da Fórmula Indy - a segunda competição mais importante do automobilismo mundial - no Recife. Seria uma corrida de rua, usando as avenidas Boa Viagem e Domingos Ferreira, um percurso de 3,6 mil metros. Os boxes ficariam junto da areia da praia, no 2º Jardim, e o centro de imprensa, no antigo Cassino Americano. Seriam montadas arquibancadas provisórias. O projeto chegou a ser levado a Eduardo Campos e João Paulo, então governador e prefeito do Recife. O investimento seria de US$ 15 milhões (R$ 80 milhões ao preço de hoje). Com transmissão pela TV para o mundo inteiro, seria uma notável divulgação para nossa cidade. Tudo, no entanto, não passou dos entendimentos iniciais.

Stradivarius: O maestro Cussy de Almeida em 1974 adquiriu o primeiro violino Stradivarius a chegar ao Brasil. Era um dos 600 exemplares do instrumento existentes no mundo, que vale ao menos US$ 2,5 milhões (R$ 14 milhões). Com ele, se apresentou com importantes orquestras sinfônicas e realizou recitais de música de câmera no Brasil, América Central, Estados Unidos e China. Com o instrumento, sua meta era transformar o Recife num dos maiores centros da música erudita no país. Nas suas apresentações, o instrumento tinha que ter um grande esquema de segurança. Depois, foi guardado em Londres, até ser vendido.

Shopping Metropolitano: Sérgio Carvalho um dos empreendedores do Shopping Recife, uma figura extremamente simpática e que fez uma legião de amigos no Recife, comandou o lançamento do Shopping Metropolitano do Recife, a ser construído pela sua empresa Ancar Ivanhoé, dona de 26 shoppings centers no país. Ficaria na Avenida Recife, no Jiquiá, junto do prédio da Justiça Federal. Um empreendimento de R$ 260 milhões, com 14 âncoras e 236 lojas e estacionamento para 1,4 mil veículos. O projeto incluía o EcoCity Jiquiá, o primeiro bairro inteiramente planejado da cidade com dois grandes espaços, sendo um residencial com torres de 21 pavimentos e toda estrutura de lazer, e uma área empresarial com seis torres de 17 e 30 pavimentos. A previsão era abrir os dois projetos em 2018 e até hoje a obra não foi iniciada. Nem existe prazo para que isto aconteça.

Ônibus de Turismo: As principais cidades do mundo têm (ou tinham antes da pandemia) um serviço de ônibus de dois andares, que percorrem os principais pontos turísticos da cidade, com a possibilidade do passageiro descer em qualquer um, conhecer o espaço, e esperar pelo ônibus seguinte. É um esquema que sempre usei quando visitava uma cidade pela primeira vez. Lembro de ter andado nesses ônibus em Paris, Londres, Berlim, Nova York, Chicago, entre outras cidades pelo mundo. Por duas vezes, a implantação desses ônibus no Recife foi anunciada, inclusive com a presença de veículos que vieram de Salvador, onde funcionam faz tempo. Anunciado muitas vezes, nunca se realizou.

Pista suspensa: Durante um bom período, esteve na mesa do governador Eduardo Campos um projeto para a construção de uma pista em cima do canal da Agamenon Magalhães para a circulação dos ônibus. Os engarrafamentos na avenida sempre foram um problema. Acabou não se concretizando, porque era muito caro, incluindo as passarelas de acesso às estações. Depois, apareceu outro projeto grandioso para melhorar o trânsito na Agamenon, com a construção de quatro viadutos entre o Hospital da Restauração e o Clube Português. Criticado pelos urbanistas, teria ainda o problema do trânsito na construção, sem falar do custo bilionário. Nunca mais se falou deles.

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