Diario de Pernambuco
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Precisamos caminhar juntos

Pedro Eurico
Secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco

Publicado em: 08/02/2021 03:00 Atualizado em: 08/02/2021 05:46

Nossa sociedade está doente, inclusive os que ainda não foram infectados pelo novo coronavírus, e os governos sozinhos não irão conseguir dizimar essa pandemia de vírus e egoísmo coletivo. Se a colaboração não for mútua, prolongaremos as dores e aumentaremos as perdas. Se o objetivo não for comum, demoraremos ainda mais tempo até a volta à normalidade. As pessoas não podem ficar esperando medidas de contenção de braços cruzados. Pior, descumprindo as recomendações e colocando em risco não só a própria vida, mas as dos seus familiares e dos profissionais de saúde que já não suportam mais tanta pressão.

O governador Paulo Câmara está dando exemplo de mão estendida e busca de entendimento, mas as pessoas precisam analisar a excepcionalidade do momento e serem minimamente razoáveis em suas considerações. Não há um setor ou um grupo mais prejudicado. Estamos todos no mesmo barco. Estamos todos correndo os mesmos riscos.

É preciso que consideremos falas que nos remetam à práticas corretas e empáticas. Ficar em casa sempre que possível, utilizar máscaras de proteção facial e manter as mão higienizadas é o mínimo que podemos fazer para tentar estabilizar esse pandemônio ao qual o mundo todo foi submetido. Precisamos focar muito mais em atitudes do que em discursos raivosos de pessoas despreparadas que só se preocupam com a economia, mas esquecem que para ela girar é preciso que estejamos vivos.

Com quase 270 mil casos confirmados da doença, o Governo de Pernambuco segue conduzindo esses dias nebulosos de forma dignificante, com uma gestão de olhos voltados para as pessoas e para o bem público. Assim sendo, não podemos aceitar a criação de campos alternativos de futebol, que são na verdade campos de extermínio. Não poderemos permitir festas e shows com pessoas bebendo e dançando sem qualquer mínimo cuidado, enquanto médicos, enfermeiros e demais profissionais que atuam no sistema de saúde do estado vêm trabalhando incessantemente e carregam nos ombros cargas físicas e emocionais extremamente pesadas de toda uma sociedade completamente adoecida.

O início da vacinação, que já contemplou quase 150 mil pessoas em Pernambuco, vem como um sopro suave de esperança na alma. A vitória da ciência nos faz acreditar que há, sim, luz no final do túnel e que quanto mais cooperarmos com a condução desse difícil momento, mais rápido e menos doloroso será o seu caminho até o fim.

Nem nas piores previsões para 2020 foi possível vislumbrar um cenário tão caótico e avassalador quanto este, o qual fomos submetidos. Mas a pandemia também vem exigindo de nós, no plano ético, uma mobilização robusta. É chegada a hora de avaliarmos nossas atitudes e aproveitarmos esse momento desesperador como um convite à reflexão, preocupados com a nossa recuperação moral e com o engajamento de todos em prol do bem comum.

Feridas a serem cicatrizadas serão muitas, mas o que vai nos ajudar a virar essa página são os aprendizados deixados pela dor. Resiliência e empatia serão o legado.

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