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120 anos da APL, entre letras e jornalistas

Múcio Aguiar
Presidente da Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), com doutoramento em Ph.D em Arqueologia, pela Universidade de Coimbra

Publicado em: 22/01/2021 03:00 Atualizado em: 22/01/2021 05:48

Em 26 de janeiro a Academia Pernambucana de Letras comemora seus 120 anos de atividade, iniciadas por Carneiro Vilela e mais 19 escritores pernambucanos. Posteriormente, foi ampliando para 40, o número de acadêmicos. Ao longo do século, a APL se transformou na memória viva da nossa literatura – templo da intelectualidade e do saber literário.

Meu primeiro contato com a APL foi em 2002, quando estando à frente da Superintendência do Iphan, recebi o acadêmico-presidente Waldênio Porto e outros que vinham solicitar algumas obras de restauro no imóvel sede daquela instituição, tombado pelo órgão federal. Atendendo o pleito, em poucos meses começamos alguns serviços, que contou com apoio da iniciativa privada. Contudo, resgato a lembrança de que em tempos de estudante de jornalismo, foi pelo cronista social José de Sousa Alencar (Alex) que ouvir falar sobre a academia. Anos depois, cursando Direito, na Faculdade Marista, tive como professora a escritora Fátima Quintas, que em 2012 foi a primeira mulher a presidir aquela instituição.  

Ao lembrar os 120 anos da APL não posso deixar de citar outras importantes instituições que juntas preservam a memória cultural e afetiva de Pernambuco, e que são pouco incentivadas pelos poderes público – salvo a Fundação Joaquim Nabuco, cujo presidente é um intelectual que aprendi a admirar, Antônio Campos – que entre outras ações já realizadas promoverá no dia 26 uma transmissão pelo canal da Fundaj, no YouTube, com palestra da professora Quintas e participação do acadêmico-presidente Lucilo Varejão Neto. São instituições sociais que somam como guardiães da nossa história, no âmbito estadual: Associação Comercial de Pernambuco (182 anos); Gabinete Português de Leitura (171 anos); Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (159 anos) e a Associação da Imprensa de Pernambuco – AIP (90 anos).

Voltando para os últimos 90 anos, que compreendem a existência da AIP, não podemos deixar de agradecer à APL pelos muitos acadêmicos que foram integrar o nosso quadro de associados, bem como entre os melhores dos nossos, com perfil literário, fizeram o caminho para a imortalidade, a exemplo de Aderbal Jurema e Waldimir Maia Leite, no passado e, atualmente, nosso ex-presidente Arthur Carvalho, que sucedeu nosso Alex.

A Academia Pernambucana de Letras e a Associação da Imprensa de Pernambuco sempre terão laços de cumplicidade intelectual, pois é o jornalista vocacionado para a literatura e construtor de histórias.

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