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Mais vítimas da Covid-19

Pedro Eurico
Secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco

Publicado em: 16/07/2020 03:00 Atualizado em: 16/07/2020 06:13

O termo “desigualdade” pode ser observado por inúmeras perspectivas diferentes. Mas quando trazemos o conceito para o Brasil, imediatamente o associamos à desigualdade econômica/social. Já muito latente em nossa sociedade desde os primórdios, a situação tende a piorar significativamente no período pós-pandêmico. Nos próximos tempos, é fato que o combate à miséria será a grande problemática do Brasil e seus gestores.

O desafio é difícil para as grandes potências mundiais, avaliem para um país que ainda engatinhava na economia quando foi ainda mais devastado pelo tsunami da Covid-19.

Nenhuma democracia sobrevive ao estado de exclusão crescente da sua população. As lideranças, independentemente de posições ideológicas, precisam apresentar projetos que olhem verdadeiramente para as questões sociais, precisam investir com qualidade em políticas públicas que garantam a subsistência das pessoas.

De acordo com o último Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em dezembro de 2019, o Brasil é o segundo colocado no ranking de países com má distribuição de renda entre sua população, atrás apenas do Catar. Os 1% dos brasileiros mais ricos concentram 28,3% dos rendimentos totais do país, o que representa quase 1/3 da renda do Brasil nas mãos dos mais poderosos.

A pandemia do novo coronavírus, mesmo já sendo considerada a maior crise mundial desde a segunda guerra, não irá impactar a vida das pessoas da mesma maneira. O Brasil tem cerca de 12 milhões de desempregados e se estima que a atual crise amplie em pelo menos 20% o número de pessoas sem qualquer fonte de remuneração. Se não forem construídas bases sólidas de proteção social e humanitária, muito mais devastador será esse período.

As principais vítimas da pandemia não são apenas os infectados pelo vírus, infelizmente. Os trabalhadores informais, os sub-remunerados e os desempregados já sofrem duramente com os sintomas de uma economia também contaminada e ainda mais prejudicial aos menos favorecidos.

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