Diario de Pernambuco
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O que aprendi com esta pandemia

Melícia Carvalho Mesel
Procuradora do Trabalho

Publicado em: 22/05/2020 03:00 Atualizado em: 22/05/2020 05:26

Aprendi que devemos viver o hoje! Claro que podemos - e devemos!- planejar fazer um novo curso, sonhar com a próxima viagem, mas os nossos pés e os nossos olhos precisam estar fincados no hoje. Porque o amanhã simplesmente pode nem existir, ou tudo pode estar suspenso, deixando-nos com apenas incertezas. Isso não se trata de pessimismo, mas de sensatez.

Aprendi que o melhor lugar do mundo deve ser a nossa casa! Invistamos, pois, numa casa aconchegante e tecnológica. O nosso cinema, o nosso teatro, as visitas aos nossos museus prediletos acontecerão nela, on-line.

Aprendi que mesmo estando em isolamento, as pessoas que lhe amam, os seus verdadeiros amigos, enfim, todos aqueles que se importam com você, simplesmente, darão um jeito de estar por perto, ainda que seja por meio de um telefonema, uma videoconversa, de mensagens diretas através das redes sociais, ou até mesmo por meio do seu bolo preferido, que chega na tarde do seu aniversário, só para adoçar a sua vida.  Existem muitas maneiras de dizer EU TE AMO.

Aprendi que podemos silenciar só para ouvir a nossa mente, enxergar aqueles sentimentos que estão adormecidos, resgatar os sonhos quase abandonados, observar aquela árvore imponente e florida na nossa rua, contemplar o pôr do sol e nos dar conta de que, como o sol, que em poucos minutos adormece no horizonte, assim é a vida. E aprendi que, como essa bela jornada solar, todos nós temos o momento de nos recolher, mas igualmente a oportunidade de recomeçar no outro dia.

Aprendi sobre gentileza. Aprendi a cuidar do outro - e aqui não falo dos nossos entes queridos, apenas, mas daqueles cujas faces não conhecemos. Aprendi a ter paciência. Aprendi que a natureza reage, e reage com força, quando está em apuros. Aprendi sobre esperança. Aprendi que o amor é capaz de fazer renascer.

Aprendi muitas coisas. E continuo aprendendo. Aprendi que, embora terrível e apesar das perdas que estamos sofrendo, esta pandemia, paradoxalmente, resgatou-nos do estado de loucura e pressa no qual estávamos mergulhados nas nossas ansiosas rotinas e está nos ensinando o que realmente importa.

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