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Editorial Medo, o pior vírus

Publicado em: 04/03/2020 03:00 Atualizado em: 04/03/2020 08:51

A Covid-19 é fato novo. Não estranha que cause apreensão e imponha cautela às autoridades e à população. Os veículos de comunicação sérios, comprometidos com a informação correta, têm prestado relevante serviço à comunidade.

Dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos governos estrangeiros e  brasileiro mantêm o cidadão ciente do real significado do mal que chegou aos cinco continentes: trata-se de uma gripe.

Talvez as medidas iniciais rigorosas tomadas pela China — país de origem do surto — aliadas ao desconhecimento da evolução do vírus tenham contribuído para a instalação do medo. É natural. Teme-se o desconhecido.

Mas, à medida que as pesquisas avançam, sabe-se que a Covid-19 é menos preocupante que o sarampo. Curiosamente, porém, longe de reduzir o temor, parece que o amplia e o dissemina. O fenômeno não ocorre só no Brasil. Espalha-se mundo afora.

A atuação técnica do Ministério da Saúde deixa claro que o país está preparado para enfrentar um possível avanço do coronavírus em território nacional. Agiu com eficiência e eficácia nos dois momentos em que foi posto à prova — na repatriação dos brasileiros da China e na detecção da Covid-19 em São Paulo.

Além do medo, o preconceito ganha força graças à cegueira e à desinformação. Pessoas de origem asiática são vistas com desconfiança pela simples razão de terem traços orientais. São mantidas a distância no transporte público, em restaurantes, cinemas.

Associar epidemias a determinado grupo étnico, a determinada nação ou a determinada comunidade não é inédito na história da humanidade. Vale lembrar caso recente. O HIV foi vinculado diretamente a homossexuais, fato que somou homofobia, medo e desinformação.

Talvez em nenhum outro tema a informação correta seja tão importante. A disseminação de fake news pode acarretar uma corrida aos hospitais e levar ao colapso o sistema de saúde pública. Gerar-se-á um caos cujo resultado será perda de vidas presentes e futuras. É importante checar dados repassados pelas mídias sociais e confrontá-los com os dados oficiais. Na dúvida, o bom senso manda ignorar.

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