Em meio a uma profusão de sentimentos confusos, uma miscelânea descontínua e uma angústia ininterrupta, escrevo aos meus. Quantos “nãos”, portas fechadas, humilhações e tropeços, você, amigo leitor, estaria disposto por um sonho? 15 anos! Entre momentos que até o mais crédulo dos meus seguidores imaginava que era o fim. Agarrado na mão de Deus, atravessei dias nebulosos e a luz bruxuleante no longínquo horizonte, uma amiga fiel. Um pequeno passo foi dado, a ópera de Amsterdã.

Em apenas um semestre no Reino dos Países Baixos, vivi mais que uma existência em terras canárias. Novos amigos, surpresas, desafios e um manancial incalculável de conhecimento dado generosamente pela velha-mãe, Europa. O lançamento do meu segundo livro da saga O diário de um cantor lírico é coroado com esses dias de pura magia. Antes de vir à Europa, um encontro em São Paulo com o mentor de Ayrton Senna e palavras valiosas de motivação foram trocadas. Já aqui no Reino Laranja, um lapso cósmico quando reencontrei os meus mestres da Argentina e Chile em uma turnê. Ouvi-los é relembrar do que disse Jung: “O que vai acontecer já está acontecendo”. O universo devolve de alguma maneira!

Sobre a Holanda apenas uma palavra: “Bedankt”(Obrigado). Esse país que me premiou em 2016 e disse abertamente que acreditava em mim, volta a me dar tanto. Terra dos meus ancestrais distantes, onde habita a minha felicidade quase plena. Se pudesse descrever o porquê desse estalo de sucesso, voltaria ao passado de fé, resignação e trabalho árduo. Nunca acreditei em talento e fui ajudado por muitos que me socorreram com aquilo que me faltava. Por fim, obrigado a minha professora holandesa e a todos os mestres desta jornada que apenas se inicia.