Diario de Pernambuco
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Nossa pequenez diante da natureza

João Paulo Siqueira
Advogado. Professor. Mestre em Consumo e Desenvolvimento Social. Membro da Academia Brasileira de Direito Civil

Publicado em: 13/02/2020 03:00 Atualizado em: 13/02/2020 08:50

Dentro de um universo infinito, composto por incontáveis galáxias, existe uma denominada Via Láctea, nela existe uma estrela chamada Sol, que é circundada por alguns poucos planetas (na infância aprendi que eram nove, mas hoje, diante de pesquisas e novos parâmetros científicos, dizem os cientistas, que são apenas oito), um desses pequenos corpos celestiais é a Terra, também chamada de “planeta azul” pelo astronauta russo Iuri Gagarin, primeiro cosmonauta a orbitar nosso planeta.

Aqui habitam incontáveis espécies de seres vivos, uma delas é a espécie humana, quase 8 bilhões de indivíduos. Uma espécie que, ao longo de sua evolução, já realizou feitos incríveis e inimagináveis em inúmeras arestas e áreas do conhecimento.

Mas a proposta aqui não é enumerar todas essas conquistas, o que proponho nesse breve artigo é uma reflexão sobre nossa dimensão diante de algo tão maior que nós: a natureza. Essa natureza que nos proporciona a vida e que há tanto tempo é tão desrespeitada, massacrada e destruída.

Qualquer país do mundo, até as maiores potencias econômicas, são insignificantes diante do poder da natureza. Anualmente a temporada de furacões e tornados assola os Estados Unidos, o que fazer? Nada! Estocar suprimentos, suspender todas as atividades públicas e privadas, reforçar portas e janelas, proteger a população e esperar a tormenta passar e depois contabilizar os prejuízos, mortes e gastar bilhões de dólares na reconstrução dos danos.

Os países asiáticos, dos mais desenvolvidos aos mais carentes, sabem que a época das monções virá periodicamente e que ciclones, tufões e tempestades serão devastadores...nada a fazer, apenas se proteger e depois reerguer o que for possível e esperar as próximas calamidades.

Todos os vulcões espalhados pelo mundo, quando entram em erupção, causam uma destruição assustadora. Nesses momentos o que o ser humano pode fazer? Proteger-se, evacuar as áreas atingidas e esperar a fúria da natureza passar para depois tentar retomar a rotina.

Nós, brasileiros, não sofremos com vulcões, terremotos ou furacões, mas a natureza mostra-se impetuosa com suas chuvas que causam deslizamentos, alagamentos, soterramentos e enchentes que destroem cidades e tiram muitas vidas. De Norte a Sul, independente mente da região, o Brasil também é vítima da ação da natureza.

Que não se mostra apenas em grandes catástrofes climáticas, mas também por seres microscópicos que causam grandes problemas e dilemas, vejamos o corona vírus, um ínfimo ser vivo que está causando pânico e uma epidemia global, fechando portos, aeroportos e fronteiras, isolando milhões de pessoas, afetando o PIB e a economia global, acarretando crises diplomáticas e matando milhares de pessoas.

E o que podemos fazer diante desse panorama? Nos proteger, usar máscaras, evitar locais afetados e quem estiver com suspeita de infecção, entrar em estado de quarentena. A ciência trabalha para encontrar uma cura, que certamente virá, mas tenhamos a certeza que esse vírus sofrerá alguma mutação e brevemente teremos outro surto global, pois assim mostra a história, as epidemias e pandemias são ciclos constantes na humanidade.

Furacões, ciclones, tornados, nevascas, terremotos, tempestades, erupções vulcânicas, tsunamis, nenhuma intempérie pode ser evitada, apenas monitorada e em alguns casos prevista. Dessa forma, é imperioso termos a consciência do nosso tamanho e da nossa impotência diante da natureza, e que isso seja entendido como um alerta ou um clamor para respeitá-la.

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