Diario de Pernambuco
Busca
Editorial Não é Não

Publicado em: 22/02/2020 03:00 Atualizado em: 23/02/2020 09:31

A agressão costuma acontecer na forma de puxões no braço ou beijos forçados. É protagonizada por um ou mais homens contra uma mulher. A cena parece familiar para quem costuma brincar carnaval. Mas não tem nada de divertida, principal característica da festa. Trata-se de uma postura machista. E precisa ter um ponto final.

Quem é mulher tem lugar de fala para denunciar. E é exatamente isso que muitas têm feito para inibir esse tipo de comportamento masculino. Quando incomodadas com a abordagem, costumam reagir em grupo. No entanto, todas as pessoas, independentemente de gênero, precisam dar as mãos contra o assédio sexual. Inclusive, no caso de testemunhar alguma atitude violenta contra uma mulher, é importante denunciar, procurar o policiamento mais próximo.

Ao contrário do que se pensa, a festa é momento para debater também os direitos da mulher. Porque a liberdade implícita na festa precisa ser entendida como sinônimo de respeito à vontade e autonomia do público feminino. Ao violar a vontade de uma mulher, o homem pode incorrer em crimes, que vão desde o constrangimento ilegal, artigo 146, ou mesmo importunação ofensiva, que pode resultar em detenção de um a cinco anos. Importante saber que importunação física contra pessoas alcoolizadas pode ser caracterizada como estupro de vulnerável.

Nesse contexto, a Campanha Não é Não foi criada em 2019, no Rio de Janeiro, e vem ganhando o país. No Recife, a prefeitura lançou a quarta edição do Pequeno manual prático de como não ser um babaca no carnaval. O guia tem o objetivo de engajar as pessoas no debate sobre o combate ao assédio contra as mulheres e estimular o fim da violência de gênero

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL