O olhar disruptivo e o sucesso em empreender existentes em Pernambuco vêm de muito tempo, e tornaram o estado um dos principais centros de empreendedorismo tecnológico do país. Para beber dessa fonte, se inspirar e trocar conhecimento, um grupo de focal points de mantenedoras do Cubo Itaú e uma parte da equipe do hub se reuniram para visitar o ecossistema local.

A missão, batizada de Cubo on the Road, foi a primeira de uma série de visitas que o time fará junto com Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A parceria prevê o fomento do ecossistema empreendedor da América Latina, Caribe e Norte e Nordeste do Brasil, levando um pouco do conhecimento do hub para outros espaços que precisam desse fomento e promovendo para as empresas destes locais uma imersão no Cubo, em São Paulo, durante um mês.

Em Pernambuco, a primeira parada foi em Caruaru, no Armazém da Criatividade (AC), uma iniciativa do governo municipal gerida pelo Porto Digital. Por lá, o desafio é fazer com que os talentos não saiam da cidade – para isso foram criadas oportunidades de mercado. Caruaru é a segunda maior indústria têxtil do país, e os laboratórios do Armazém permitem experimentações para essa indústria.

O segundo pit stop foi Recife. A capital do estado faz parte da terceira região com o maior número de startups no Brasil, representando uma fatia de 10% nos negócios, de acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups).

Um conceito muito presente em todo o ecossistema pernambucano e que foi essencial para sua formação é a Tríplice Hélice, que consiste em uma ação coordenada entre governo, universidades e empresas para o fomento tecnológico – com uma troca constante de talentos, conhecimento e soluções entre esses três pilares. Um bom exemplo disso é o Porto Digital, primeiro bairro do país totalmente focado em tecnologia e inovação. Com três incubadoras, duas aceleradoras, uma instituição de ensino superior e seis institutos de pesquisa, ele se posiciona de maneira relevante e estruturada, com muito a oferecer ao restante do país.

O Centro de Informática UFPE (CIn), que figura entre os top 5 de excelência em graduação no Brasil, e o CESAR que, além de desenvolver negócios para solucionar problemas complexos, também oferece programas de graduação e pós com operações também em outros estados, são destaques no trabalho para suprir a deficiência de profissionais da área no Brasil. A Softex Recife e o MP Labs atuam fortemente com intermediação com o governo – com a última tendo surgido dentro do próprio Ministério Público, para solucionar problemas do setor.

Essa primeira missão, que será replicada em outros estados das regiões Norte e Nordeste e também na América Latina (Argentina é o próximo destino) deixou muito claro para nós o quanto a necessidade de conexão é grande – justamente o que o Cubo tem de melhor. Ter acesso a desafios enfrentados por outras empresas é essencial para que as startups locais possam se desenvolver – e ao mesmo tempo, elas têm muito a oferecer para nossa atuação em São Paulo, como o desenvolvimento de novos produtos. Sabemos que atuamos em uma bolha em relação à disponibilidade financeira, mas o potencial de parceria é imenso. O forte alinhamento entre os players, sem protagonismo ou liderança clara, mostra um compromisso com o desenvolvimento conjunto do ecossistema – um ótimo sinal de maturidade para um bom caminho futuro.