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Dia Mundial da Religião

Ana Maria Castelo Branco
Mestra em Letras pela UFPE, Professora, Escritora e Contadora de histórias
anamariacastelobranco1978@gmail.com

Publicado em: 16/01/2020 03:00 Atualizado em: 16/01/2020 09:05

No dia 21 de janeiro comemora-se mundialmente o Dia da Religião, data esta, que surgira na Pérsia em dezembro de 1949, através de uma assembleia religiosa nacional dos Baha’is, religião monoteísta fundada em meados do século XIX. Essa data objetiva promover o respeito, a tolerância e o diálogo entre as diversas religiões existente no mundo.
 
Conforme o preceito do Dia Mundial da Religião, não importa se a religião é monoteísta ou politeísta, quase todas buscam em essência: a paz e o respeito entre os seres humanos e a natureza.  A ideia da celebração dessa data é o incentivo a convivência pacífica entre todas as diferentes ideologias religiosas e doutrinais, pois, questões religiosas sempre foram a razão para terríveis conflitos presenciados pela humanidade.
 
No mundo existem muitas religiões e as que se sobressaem são o cristianismo com aproximadamente 2,2 bilhões de adeptos, seguido do Islamismo com cerca de 1,6 bilhões de adeptos.
 
A população brasileira é majoritariamente cristã (87%), sendo sua maior parte católico-romana (64,4%) uma herança advinda da colonização portuguesa. Destaque-se que até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico, o catolicismo era a religião oficial do país.
 
A Constituição brasileira de 1988 instituiu separação entre as religiões e o Estado, consolidando o conceito de Estado laico. O governo instituído não pode favorecer, nem interditar, as atividades das religiões. Além disso, não pode impor uma religião específica aos seus cidadãos, nem os discriminar em razão de não seguirem a religião majoritária.
 
O último censo realizado no país revelou os grupos religiosos presentes em nossa sociedade, dentre eles, citamos: Bahá’í, Budismo, Catolicismo, Protestantismo, Adventismo, Mormonismo, Igreja Ortodoxa, Testemunhas de Jeová, Espiritismo, Islamismo, Judaísmo, Neopaganismo, Religiões afro-brasileiras, Hinduísmo, Santo Daime e religiões ameríndias; compreende ainda, os não religiosos, como os ateus se declaram, os agnósticos ou os  ecumênicos que buscam a unidade entre as religiões e/ou aproveitam o que há de melhor em cada uma delas.
 
O termo Religião (do latim religio, - onis) é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, que além de visões de mundo, estabelecem os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais, embora a população atribua a origem da palavra “religião” a religare: (a religião religaria o homem a Deus). Uma ideia bela, no entanto, sem fundamento. Etimologia não condizente com a origem, todavia cheia de boas intenções. Já em sua origem latina, “religião” não é palavra religiosa, não remete ao transcendente, como quando falamos do ponto de vista do cristianismo, do judaísmo ou do islamismo.
 
É importante ressaltar que as religiões parecem necessárias, se constituem num farol que objetiva desenvolver e consolidar as atitudes dos jovens e, consequentemente, torná-los adultos mais fortes e seguros, carregados de princípios para uma vida em paz na sociedade. Ressalte-se que tudo depende muito de valores como a hombridade, a honestidade e a seriedade daqueles que conduzem os grupos religiosos, pois são muitos os que se cobrem com o manto sagrado da religião para fazer mal ao próximo.
 
É interessante observar o que cada filósofo, líder de nação, humorista ou cientista pensa sobre a religião: Mahatma Gandhi, por exemplo, dizia que uma vida sem religião, seria como um barco sem leme, já para Arthur de Schopenhauer as religiões, assim como as luzes, necessitam de escuridão para brilhar. Benjamin Franklin questiona o seguinte: se os homens são tão maus com a religião, como seriam sem ela? E Rui Barbosa dizia que: as leis são um freio para os crimes públicos – enquanto que a religião para os crimes secretos.
 
A respeito de religião, quase todos têm opiniões, embora há os que falam que religião não se discute, pois para cada grupo religioso, a doutrina seguida é a mais adequada. Nosso desejo é que no dia mundial da religião e em todos os outros dias, cada ser humano se conecte com o divino e exerça a máxima: não fazer aos outros aquilo que não se deseja que seja feito convosco. Eis, o melhor a fazer pela religião.

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