Editorial
Acordo EUA e China
Publicado em: 20/01/2020 03:00 Atualizado em: 20/01/2020 11:29
Donald Trump tem um talento excepcional de abalar estruturas. Insatisfeito com o status quo, cria crise, espera as repercussões e apresenta saída como se fosse grande vencedor. Dois fatos servem de exemplo. Um deles: a saída do acordo firmado com o Irã e as potências mundiais. O outro: o ataque ao comércio mantido com a China.
As consequências do confronto com Pequim criaram clima de incerteza na economia mundial. Bolsas caíram, moedas perderam valor, investimentos engataram marcha lenta à espera de cenário mais claro. Vinte meses depois, as duas nações assinaram acerto preliminar qualificado de “histórico” pela Casa Branca.
Fruto de duras negociações, o documento prevê que o gigante asiático compre, em dois anos, mais US$ 200 bilhões em produtos americanos — bens manufaturados, energia, serviços e itens agrícolas como carne, soja e outros grãos. Ao agronegócio serão destinados US$ 32 bilhões.
Por seu lado, os Estados Unidos cancelam as tarifas impostas sobre smartphones, brinquedos e laptops chineses. Cortam à metade, de 15% para 7,5%, a taxa sobre calçados, tevês de tela plana e fones Bluetooth. E mantêm a taxa de 25% sobre o montante de US$ 250 bilhões em outros produtos que desembarcam nos EUA.
O passo dado por Trump e Xi Jinping representa uma lufada de ar fresco no clima de tensão decorrente da guerra comercial entre os dois países. Mas não autoriza queima de fogos. É trégua, distante do acerto final. Sem vencedores ou vencidos, deve servir de bandeira na campanha à reeleição de Donald Trump, que se apresentará como grande defensor dos interesses americanos. É o America First em ação.
A questão de fundo permanece. Na visão nacionalista de Donald Trump, o crescimento e os avanços tecnológicos da China ameaçam a hegemonia mundial dos Estados Unidos. Há muito Pequim apagou a imagem de produtor de bens de segunda qualidade. Hoje avança célebre no setor de alta tecnologia — inteligência artificial, robótica, energia renovável. E, grande temor de Washington: disputa o mercado do 5G.
Trata-se de guerra de gigantes. Como na disputa do mar e do rochedo, a vítima é o marisco. Mariscos são os demais países, sobretudo os periféricos. O Brasil, concorrente dos Estados Unidos na produção agrícola, deve sofrer algum efeito do acordo. Mas conta com uma agricultura moderna e tecnologicamente avançada. Se souber tirar proveito da situação, terá lucros.
As consequências do confronto com Pequim criaram clima de incerteza na economia mundial. Bolsas caíram, moedas perderam valor, investimentos engataram marcha lenta à espera de cenário mais claro. Vinte meses depois, as duas nações assinaram acerto preliminar qualificado de “histórico” pela Casa Branca.
Fruto de duras negociações, o documento prevê que o gigante asiático compre, em dois anos, mais US$ 200 bilhões em produtos americanos — bens manufaturados, energia, serviços e itens agrícolas como carne, soja e outros grãos. Ao agronegócio serão destinados US$ 32 bilhões.
Por seu lado, os Estados Unidos cancelam as tarifas impostas sobre smartphones, brinquedos e laptops chineses. Cortam à metade, de 15% para 7,5%, a taxa sobre calçados, tevês de tela plana e fones Bluetooth. E mantêm a taxa de 25% sobre o montante de US$ 250 bilhões em outros produtos que desembarcam nos EUA.
O passo dado por Trump e Xi Jinping representa uma lufada de ar fresco no clima de tensão decorrente da guerra comercial entre os dois países. Mas não autoriza queima de fogos. É trégua, distante do acerto final. Sem vencedores ou vencidos, deve servir de bandeira na campanha à reeleição de Donald Trump, que se apresentará como grande defensor dos interesses americanos. É o America First em ação.
A questão de fundo permanece. Na visão nacionalista de Donald Trump, o crescimento e os avanços tecnológicos da China ameaçam a hegemonia mundial dos Estados Unidos. Há muito Pequim apagou a imagem de produtor de bens de segunda qualidade. Hoje avança célebre no setor de alta tecnologia — inteligência artificial, robótica, energia renovável. E, grande temor de Washington: disputa o mercado do 5G.
Trata-se de guerra de gigantes. Como na disputa do mar e do rochedo, a vítima é o marisco. Mariscos são os demais países, sobretudo os periféricos. O Brasil, concorrente dos Estados Unidos na produção agrícola, deve sofrer algum efeito do acordo. Mas conta com uma agricultura moderna e tecnologicamente avançada. Se souber tirar proveito da situação, terá lucros.
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