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Editorial Trânsito exige cuidado

Publicado em: 24/12/2019 03:00 Atualizado em: 24/12/2019 08:29

Fim de ano coincide com festas e férias. No ar, há promessas de encontros, passeios, comemorações, boa mesa. Com poucos voos em razão da concentração do setor aéreo, a opção é o transporte terrestre. O ferroviário praticamente inexiste. Ônibus e, na maioria das vezes carros, levam famílias para diferentes destinos.

Por ser a forma de ir e vir mais utilizada pela maioria dos brasileiros, o modal rodoviário responde pela quase a totalidade dos acidentes, que roubam vidas, deixam sequelas e incapacitam para o trabalho. Em 2017, o ano mais recente com dados disponíveis, morreram mais de 35 mil pessoas nas vias — 50,2% entre adultos e jovens (15 a 39 anos).

Apesar das estatísticas, as causas dos óbitos e dos ferimentos continuam presentes. O asfalto de má qualidade abre crateras no chão, a iluminação precária inibe a visibilidade do condutor, a sinalização insuficiente ou invisível dá sinal verde para acidentes, seja de veículos, seja de pedestres.

Aliadas às humanas, as causas relacionadas à infraestrutura formam o cenário perfeito para tornar as vias a segunda causa de morte no país (entre as causas externas). A imprudência dos motoristas responde pelo maior número de desastres nas estradas, mesmo nas vias em bom estado de conservação.

O comportamento irresponsável, sobretudo de jovens e adultos de 20 a 29 anos, transforma as estradas em palco de tragédias. Além da alta velocidade e das manobras perigosas — das quais sobressaem as ultrapassagens —, especialistas apontam outros fatores que põem em risco a vida de condutores e passageiros.

Um deles é a falta de manutenção dos veículos. Poucos proprietários se preocupam em submeter o carro à indispensável revisão. Em época de chuvas como o verão, pneus carecas, por exemplo, se transformam em inimigos prontos a causar estragos cujas consequências se traduzem em perdas humanas e materiais.

Outro é a imprudências dos condutores. O consumo de álcool e de drogas ilícitas comprometem os reflexos e a necessária atenção. Cochilar ou dormir ao volante distrai o motorista e, em questão de segundos, ocorrem batidas que, não raro, ferem ou matam. O uso do celular com o carro em movimento é outro assassino: quadruplica o risco de colisões e atropelamentos.

É claro que quem sai de casa para passar as festas com a família quer ir e voltar. Precisa estar ciente da responsabilidade tanto consigo mesmo quanto com os que tomam a estrada com o mesmo propósito ou com outro. Espera-se que encontre fiscalização eficaz apta a interromper a marcha dos insensatos que transformam o volante em arma.

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