Diario de Pernambuco
Busca
Sidney, Ronaldo e Micheliny revigoram literatura

Raimundo Carrero
Jornalista e membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 30/09/2019 03:00 Atualizado em: 30/09/2019 09:12

Embora a literatura brasileira esteja sendo transformada em bisaco de feira por um tal jornalismo cultural, os escritores pernambucanos continuam a construir a melhor e mais importante ficção do país. De relance, vemos Ronaldo Corrêa de Brito e Micheliny Verunsk entre os finalistas do consagrado Prêmio  Rio de Literatura. Sidney Rocha é o homenageado da Bienal Internacional do Livro.

Ronaldo Corrêa Brito, autor de obra densa e forte, embora nascido no Ceará, concorre com Dora sem véu, um romance publicado pela Editora Alfaguara, do grupo Companhia das Letras, a revelar o mundo feminino de uma personagem que circula entre o erudito e o popular, com graves denúncias sobre o nazismo à brasileira com campos de concentração em Fortaleza. A crítica conservadora pernambucana silenciou. Um grande romance.

Micheliny Verunski, natural de Arcoverde,  autora de uma obra muito forte, fruto de uma inteligência brilhante e de uma criação sempre provocativa, aparece desta vez com Amor, Esse obstáculo, numa proposta renovadora de quem conhece as virtudes nem tão virtuosas assim da literatura. Deve estar na final. Publica pela editora Patuá, São Paulo.

Sidney Rocha, outro cearense do grupo, é o grande homenageado da Bienal Internacional do livro em Pernambuco que se realiza com o apoio decisivo e fundamental da Cepe – Companhia Editora de Pernambuco, que deixou de ser apenas a gráfica do Diário Oficial para se transformar no mais importante órgão de divulgação e de sistematização da cultura pernambucana em todos os níveis.

Estamos diante de uma reformulação completa na administração cultural de Pernambuco comandada pelo governador Paulo Câmara, com uma visão muito ampla das questões que envolvem a  literatura, o teatro, a música, o popular e o erudito, e de todas as vertentes. Sempre na vanguarda político-cultural.

É preciso, ainda, destacar a importância de Sidney como autor de obras consagradas e um Jabuti com O Destino das Metáforas,  reflexões e questionamentos do mundo real. Está sempre na linha reta de outros grandes prêmios,  com o apoio da Editora Iluminuras, de São Paulo, sob a direção de Samuel Leon, este mágico da editoração e da divulgação da literatura brasileira.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL