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Editorial Liberdade econômica

Publicado em: 24/09/2019 03:00 Atualizado em: 24/09/2019 09:20

O Brasil deu importante passo rumo ao crescimento sustentável com a sanção, pelo presidente Jair Bolsonaro, da Medida Provisória 881/2019, conhecida como Lei da Liberdade Econômica. Com a decisão, o Palácio do Planalto extingue amarras burocráticas e administrativas que, além de ultrapassadas, em nada contribuíam para estimular o empreendedorismo e a inevitável abertura de empresas, tão necessárias para recolocar no mercado de trabalho os 12,8 milhões de brasileiros desempregados que passam os dias atrás de uma inalcançável vaga.

O país é conhecido, mundialmente, como um dos campeões da burocracia — chegou a ter o Ministério da Desburocratização, que não atingiu o objetivo de destravar os obstáculos que afugentam empresários dispostos a investir no desenvolvimento nacional. A entrada em vigor da nova legislação significa que ficam banidos mecanismos de controle público que impediam o bom desempenho dos mais variados setores da cadeia produtiva, além de acelerar a implementação de novos projetos econômicos.

A busca incessante de instrumentos modernos de fomento à atividade econômica é sempre bem-vinda. Melhor ainda quando vem acompanhada de medidas práticas para remover os entraves internos, criados pela nefasta burocracia e que tantos males causam ao crescimento da economia. São recorrentes os debates em torno do grande aparato burocrático do país, com suas infindáveis regras e posturas que inibem novos investimentos, tanto internos quanto externos. O investidor pensa mais de uma vez antes de decidir se arriscar no mercado brasileiro, devido ao cipoal de leis e regulamentações.

Por isso, merece todo o apoio a Lei da Liberdade Econômica. Como afirmou o presidente Jair Bolsonaro, o governo “quer dar meios para que as pessoas se encorajem e tenham a confiança e a segurança jurídica de abrir um negócio e, se der errado, ele desiste lá na frente e vá levar sua vida normalmente”. A realidade é que se para colocar uma empresa em funcionamento no país é bastante difícil — segundo dados do Banco Mundial, o tempo que se leva para abrir uma empresa no Brasil ainda segue entre os maiores do mundo—, para fechá-la é mais complicado ainda.

A expectativa do Ministério da Economia é de que a legislação entre em vigor imediatamente, depois de ter os vetos da Presidência da República analisados pelo Congresso. O país não pode esperar, e os parlamentares não podem postergar a aprovação do texto final da lei. A previsão é de que serão criados 3,7 milhões de postos de trabalho no prazo de 10 anos, além do incremento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB). Entre os pontos essenciais da lei estão a dispensa de alvará para atividades de baixo risco e a limitação ao poder regulamentar do Estado de criar a figura do abuso regulatório.

Acerta o governo quando propicia ao cidadão maior liberdade quanto ao horário de trabalho, a prática de melhores preços e a isenção de alvarás e licenças para pequenos negócios, como bares e borracharias. Outro item positivo é a liberação do ponto por exceção, em que o registro é feito nos dias em que o horário de trabalho foge ao habitual. São todos inegáveis ganhos para o incentivo à economia. A Lei da Liberdade Econômica, embora tardiamente, revê o papel do Estado e cria as condições necessárias para o desenvolvimento sustentável do país.

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