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Santa Dulce, rogai por nós

Raimundo Carrero
Jornalista e membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 08/07/2019 03:00 Atualizado em: 08/07/2019 09:11

Ela era pequenina, olhos negros e firmes, assustados, aparentava fraqueza mas se mantinha sempre corajosa e digna, com a força de Cristo, verdadeiramente, numa beatitude que antecipava o Reino de Deus, agora confirmado pelo Vaticano, que se prepara para a canonização no dia 13 de outubro.

Estou falando de Irmã Dulce da Bahia, agora Santa Irmã Dulce, mais exatamente Santa Dulce dos Pobres, conforme decisão do Vaticano, Mas no princípio era apenas Rita, Nome de batismo dado pelos pais para homenagear a santa do dia de nascimento, como mandava a tradição, mas depois Dulce ao receber as ordens no Convento, também para homenagear a santa.

Dedicou-se à pobreza e, mais que pobreza, aos miseráveis, com uma determinação que preocupava por causa da saúde frágil. Mesmo assim não conhecia força capaz de afastá-la dos objetivos cristãos. Nunca recuou um só passo, mesmo obediente aos superiores e ao poder material.

Conta-se que começou sua missão invadindo um galinheiro para ajudar idosos famintos. Fez canjas e, naquela noite, os miseráveis de Deus tiveram, enfim, o alimento que lhes faltava todos os dias. Foi repreendida pelas autoridades, mas voltou a agir em outras ocasiões, sempre considerada a mãe daqueles pobres que dormiam nas calçadas, sem ter sequer um lençol.

Num dos seus milagres mais recente, conta-se que um rapaz perdeu a visão durante um tratamento e passou 14 anos cegos. Há pouco tempo deitou-se para dormir e pediu antes a cura a santa Dulce. Acordou curado.

Embora contrariadas, as autoridades atendiam aos seus chamados de solidariedade, de amor, nas campanhas por agasalhos, remédios, comidas. Não era incomum, ainda, invadir casas e prédios antigos para instalar enfermarias e hospitais improvisados, onde recebia seus pobres.

Por tudo isso sua canonização não foi surpresa, sobretudo porque torna-se uma das primeiras santas brasileiras, restante, ainda, que recado Deus está nos enviando, num momento de intenso materialismo, num culto exagerado ao corpo e onde a presença de Divina é cada vez esquecida? Ou será apenas devido à presença de um papa latinoamericano no Vaticano.

É verdade que o Vaticano é atingido por inúmeras denúncias que abalam a vida Material, Não podemos esquecer, e não esqueceremos jamais, os escândalos de pedofilia que saltam aos nossos olhos e aos nossos ouvidos todos os dias. Nos desencantamos, mas a santidade nos salva.

Outros santos virão nos próximos meses. Anuncia-se para já a canonização de Frei Damião, Dom Helder Camara – nosso Santo e de Padre Cícero para breve. O que no enriquece espiritulmente e nos garante a santidade de todos os dias.

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