Diario de Pernambuco
Busca
Editorial Os jovens e a natureza

Publicado em: 17/07/2019 03:00 Atualizado em: 17/07/2019 10:26

A participação dos jovens nos movimentos em defesa do meio ambiente vem crescendo em todo o mundo. Esse engajamento se torna, cada vez mais, a esperança dos ambientalistas de que a árdua batalha pela preservação do planeta poderá surtir os efeitos esperados. Ou seja, deverá prevalecer o bom senso e as desproporcionais agressões à natureza terão fim num futuro não muito distante. Se preponderar a percepção de que os recursos naturais são infinitos, o planeta não suportará tamanha pressão. A qualidade de vida para as próximas gerações estará irremediavelmente comprometida, senão a sua própria sobrevivência.

O alento é que a participação efetiva da juventude em ações concretas que promovam o combate às agressões à natureza se faz sentir, sobretudo nos bancos escolares, onde os ideais conservacionistas têm solo fértil para germinar. É dever de todos os setores sociais estimular os jovens no exercício da cidadania, notadamente em momentos como o atual, em que parte dos agentes de governos do mundo insistem em dar as costas para a luta em prol da preservação do meio ambiente e continuam a estimular a exploração irracional e predatória dos recursos naturais.

O mundo continua estimulando um modelo econômico que considera o planeta uma fonte inesgotável de insumos para atender ao consumo desenfreado da sociedade moderna. Isso gera impactos ambientais crescentes, mesmo com a criação de tecnologias que mitigam os efeitos negativos da atividade econômica. Cientes dessa realidade, os jovens vêm percebendo que não faz sentido a busca pelo bem-estar baseada na posse de bens materiais através do aumento do consumo. Têm consciência dos males que esse modelo causa ao meio ambiente e não compactuam com os que consideram normal esse tipo de economia.

A juventude percebe o perigo que representa a ocorrência de inesperados eventos climáticos cada vez mais intensos e frequentes. E não consideram “normal” ou uma “fatalidade” — alguns governantes ao redor do mundo insistem nesse discurso — os enormes prejuízos decorrentes desses fenômenos. Não pactuam com a desenfreada devastação de áreas naturais de preservação, como o desmatamento na floresta amazônica e outros biomas brasileiros, e a continuada emissão de gases através da queima de combustíveis fósseis.

Ambientalistas reconhecem que o Brasil avançou bastante na luta pela preservação, apesar de todas as barreiras levantadas pelo poder econômico e autoridades descomprometidas com a defesa do meio ambiente. A legislação brasileira é considerada uma das mais modernas do mundo, o que permitiu, nas últimas décadas, a criação de milhares de áreas naturais protegidas, que devem ser preservadas a qualquer custo — ultimamente, vêm sendo constantemente ameaçadas.

A responsabilidade pela preservação do meio ambiente é de todos, especialmente dos jovens, com sua postura combativa. Inegável que houve avanços, mas muito ainda tem de ser feito para que a natureza seja preservada, principalmente quando agentes públicos continuam priorizando o desenvolvimento a qualquer custo. Certo é que não se constrói uma nação sem desenvolvimento, mas que ele seja baseado no modelo sustentável e respeitando a natureza. 

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL