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Editorial A economia precisa girar

Publicado em: 13/07/2019 03:00 Atualizado em: 14/07/2019 05:51

Pelo segundo mês consecutivo, as vendas no comércio varejista caíram. O recuo foi de 0,1% em maio, depois da queda de 0,4% em abril. Os dados apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são reflexo do desemprego de 13 milhões de e de 4,9 milhões de desalentados (pessoas que desistiram de procurar uma vaga no mercado).

Sem dinheiro no bolso e sem perspectiva, os brasileiros não vão às compras. O consumo fica restrito ao que é essencial: alimentos. Quem está empregado se acautela e evita esbanjar. Ou seja, a economia segue estagnada. O comércio, historicamente, é a porta de entrada dos jovens no mercado de trabalho. Hoje, um em cada quatro deles está desempregado e sem qualquer perspectiva de chance de obter uma oportunidade no mercado de trabalho. O drama, que se tornou uma chaga aberta entre os trabalhadores adultos, também atinge a parcela dos que nunca tiveram uma experiência profissional.

Nos primeiros seis meses deste ano, as iniciativas do governo federal não tiveram o impacto esperado pela maioria da sociedade. As previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) têm sido frustrantes, e o Brasil voltou a flertar com a recessão. Nesse contexto, as taxas de juros têm de cair para um patamar civilizado, facilitando o acesso ao crédito pelos setores produtivos. Em contrapartida, as empresas devem ter compromisso de criar oportunidades. Sobretudo para aqueles que sonham com o primeiro emprego.

Apesar dos embates entre o Planalto e o Parlamento, os congressistas, cientes das dificuldades enfrentadas pelos eleitores desempregados, têm dado demonstrações de que estão abertos ao debate e ao acolhimento de propostas que tirem o país do atoleiro para o qual foi empurrado, a partir da crise de 2014. A aprovação da reforma da Previdência, no entanto, não basta para mudar o atual quadro. Cabe ao governo agir rápido.

A construção de uma agenda pós-reforma da Previdência é providência que se impõe. Qual será a política para reanimar os investimentos e elevar a oferta de empregos? A resposta tem de ser rápida. O clima letárgico do primeiro semestre deve ficar no passado. Os próximos passos precisam ser mais profícuos, com sinalizações de que o país está entrando numa rota de desenvolvimento. Depois da ação positiva do Legislativo, com aprovação das mudanças no sistema previdenciário, cabe ao Executivo implementar ações que façam a roda da economia girar.

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