ONU
Na ONU, líder da Autoridade Palestina endurece o discurso contra Israel
Abbas ainda acusou Israel de praticar este genocídio contra o povo palestino desde a sua criação e pediu punição e sanções contra o país
Publicado em: 26/09/2024 20:04 | Atualizado em: 26/09/2024 22:19
Presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas (foto: STEPHANIE KEITH / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) |
Em seu discurso hoje na Assembleia-Geral das Nações Unidas, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, fez duras críticas a Israel, que acusou de genocídio no Oriente Médio, primeiro contra os palestinos e depois aos libaneses. “Fez de Gaza uma região onde é impossível viver", afirmou.
“A situação nos territórios ocupados da Palestina estava explosiva e desde o primeiro dia acentuei a necessidade de parar esta guerra. Condeno a morte de civis seja qual for a sua proveniência e pedi a libertação de prisioneiros de ambos os lados, apelei a negociações imediatas. Mas, ao invés de ouvir a voz da razão, o governo israelense aproveitou a situação para perpetrar um genocídio com crimes de guerra conforme foram rotulados pela comunidade internacional. E agora é o povo libanês que enfrenta um genocídio”, denunciou.
Abbas ainda acusou Israel de praticar este genocídio contra o povo palestino desde a sua criação e pediu punição e sanções contra o país. “Israel, que se recusa a implementar as resoluções das Nações Unidas, não merece ser membro desta organização internacional. Faz terrorismo sob a forma de assentamentos israelenses, do governo e do exército de ocupantes, que destrói casas e terras dos palestinos”, apontou.
O presidente palestino também pediu pela retomada das negociações para a "solução de dois Estados", que é defendida por muitos países da comunidade internacional.
Mas, o líder da ANP criticou Washington por se mostrar contra a constituição do Estado da Palestina e de nada fazer para travar a ofensiva israelense na Faixa de Gaza. “Os Estados Unidos, a maior democracia do mundo, por três vezes, através do poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, certificou que a ação de Israel era legítima, fornecendo armas para os ataques, armas que serviram para atacar civis”, lastimou.
Por sua vez, Tel Aviv já confirmou hoje ter garantido um novo pacote de ajuda de 8,7 bilhões de dólares dos EUA para apoiar seus esforços militares atuais e manter uma vantagem militar na região.
Parem de fornecer armas a Israel. Parem com este crime. Parem com isso agora. Parem de matar crianças e mulheres. Parem com o genocídio. Esta loucura tem de acabar. O mundo inteiro é responsável pelo que o nosso povo está sofrendo em Gaza e na Cisjordânia. A ocupação vai acabar, vai acabar, vai acabar” , enfatizou Abbas.
Em comunicado, o novo embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, acusou o presidente da Autoridade Palestina de apoiar o Hamas. "Abbas falou durante 26 minutos sem pronunciar uma só vez a palavra Hamas. Desde o massacre de 7 de outubro, Abbas não condenou o Hamas pelos seus crimes contra a humanidade", culpou Danon, acrescentando que a ANP paga os salários dos terroristas que matam israelenses.
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