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REPRESÁLIA

Putin ameaça que 'roubo' de ativos russos não ficará impune

Declaração acontece um dia após o G7, grupo dos sete países mais industrializadas do mundo, ter aprovado um pacote de 50 bilhões de dólares de ajuda à Ucrânia

Publicado em: 14/06/2024 12:10 | Atualizado em: 14/06/2024 12:18

Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: AFP
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Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: AFP )
Nesta sexta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o uso de ativos russos pelo Ocidente é um "roubo" e assegurou que não ficará impune. As declarações acontecem um dia após o G7, grupo dos sete países mais industrializadas do mundo, ter aprovado um pacote de 50 bilhões de dólares de ajuda à Ucrânia, que será financiado pelos juros dos ativos russos congelados. “Apesar de todos os truques, o roubo ainda é roubo e não ficará impune. Agora está se tornando óbvio para todos os países, empresas e fundos soberanos que os seus ativos e reservas estão longe de estar seguros, tanto no sentido jurídico como econômico da palavra”, acusou.
 
“Esta iniciativa ilegal, ligada a tentativas de injetar dinheiro no regime de Kiev à custa de terceiros vai resultar em medidas retaliatórias inevitáveis extremamente dolorosas para a União Europeia. Na Rússia, existem propriedades e bens europeus suficientes", advertiu a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, que já ameaçou antes a confiscação dos respectivos bens no seu país, caso usem os fundos congelados de Moscou em benefício de Kiev.
 
Desde a invasão russa da Ucrânia, o G7, juntamente com a União Europeia, congelou cerca de 325 bilhões de dólares em ativos russos, que gera cerca de três bilhões de dólares por ano em juros. De acordo com o plano aprovado na reunião do G7, esses juros serão usados para pagar os juros anuais do empréstimo aos ucranianos, contraído nos mercados internacionais.
 
Putin também disse que modelo de segurança global do Ocidente entrou em colapso e atingiu um ponto sem retorno e, que os EUA a minou ao sair dos pactos de armas. "Tudo isto exige que nós, juntamente com os nossos parceiros, com todos os países interessados e há muitos elaboremos as nossas próprias opções para garantir a segurança na Eurásia, propondo-as então para uma discussão internacional mais ampla. É importante partir do fato de que a futura arquitetura de segurança está aberta a todos os países da Eurásia que desejam participar na sua criação. Para todos significa também os países europeus e da OTAN, claro. Vivemos no mesmo continente. Independentemente do que aconteça, não se pode mudar a geografia e teremos que coexistir e trabalhar juntos de uma forma ou de outra", acrescentou.
 
Exigências para cessar-fogo
 
O líder russo ainda prometeu hoje ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e a resolução final do conflito se Kiev começar a retirar as tropas das regiões anexadas por Moscou, além de desistir dos planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte. Mas, Putin elencou mais exigências para a paz, como o estatuto não nuclear da Ucrânia, restrições à sua força militar e a proteção dos interesses da população de língua russa no país.  “Todas devem fazer parte de acordos internacionais fundamentais e todas as sanções ocidentais contra a Rússia serem demovidas”, avançou.
 
No entanto, estas reivindicações russas se contrapõem aos objetivos do governo ucraniano, que quer manter a sua integridade territorial e soberania, mediante a saída de todas as tropas russas do seu território, além de Kiev pretender aderir à aliança militar.
 
"Temos de nos livrar destas ilusões e deixar de levar a sério as 'propostas' da Rússia, que são contrárias ao bom senso", rebateu Mykhailo Podoliak, conselheiro da presidência ucraniana.
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