RÚSSIA
Em visita a Pequim, Putin estreita laços com a China e assina acordos bilaterais
O presidente russo também agradeceu ao líder chinês pelo seu desempenho na tentativa de resolver a crise na Ucrânia
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 16/05/2024 16:36
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da China, Xi Jinping, participam de um concerto que marca o 75º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a Rússia e a China (Foto: ALEXANDER RYUMIN / POOL / AFP ) |
Putin chegou nesta quinta-feira para uma visita de dois dias a China, que incluirá conversações sobre a Ucrânia, Ásia, Oriente Médio, energia e comércio com o líder chinês Xi Jinping. Em Pequim, os dois líderes também já assinaram acordos bilaterais no aprofundamento da cooperação mútua entre os países, que envolvem setores desde a cooperação nuclear e energética até ao fornecimento de alimentos e a fabricação de automóveis chineses na Rússia.
Jinping disse que a China e a Rússia vão ‘preservar a justiça no mundo’. “Somos um bom exemplo para outras potências em termos de respeito e abertura. O desenvolvimento dos nossos laços é propício à paz, estabilidade e prosperidade na região e no mundo. As nossas relações têm se fortalecido e resistido ao teste das transformações no cenário internacional. A China está disposta a trabalhar com a Rússia para continuar a ser um bom vizinho, bom amigo e bom parceiro", segundo o comunicado divulgado pela chancelaria chinesa.
Putin também agradeceu a Jinping o seu desempenho na tentativa de resolver a crise na Ucrânia. “Estou grato pela iniciativa dos colegas e amigos chineses para resolver a situação”, comentou. Para o presidente chinês, os dois países concordam que uma solução apolítica para a crise na Ucrânia é a direção certa e que sua posição é consistente e clara.
O presidente russo ainda acrescentou que as relações com a China não são dirigidas contra ninguém. “A nossa cooperação nos assuntos mundiais é hoje um dos principais fatores de estabilização do contexto global", destacou.
Putin e Jinping, além disso, ainda vão participar de uma celebração que assinala os 75 anos desde que a União Soviética reconheceu a República Popular da China, em 1949.
Em sua recente viagem à Europa, Jinping foi pressionado a persuadir Putin a pôr fim à ofensiva na Ucrânia. O Ocidente acusa Pequim de exercer um papel crucial em ajudar a Rússia a resistir à imposição das sanções, assim como o fornecimento de tecnologia e componentes na produção do armamento que Moscou usa na guerra contra a Ucrânia.
Por sua vez, o presidente da China diz que mantém com o líder russo uma comunicação estreita e que ambos partilham orientações estratégicas, que asseguram o desenvolvimento sólido, estável e harmonioso dos laços bilaterais. A China nega repetidamente ter relações militares com a Rússia, mas apelou à realização de uma conferência "reconhecida por todas as partes" para retomar o diálogo e apelou, em nome dos dois líderes, à aplicação das resoluções das Nações Unidas em relação ao conflito. “A China espera que a Europa regresse rapidamente à paz e à estabilidade e vai continuar a desempenhar um papel construtivo nesse sentido", apontou Xi.
Enquanto isso, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) alertou que a Rússia está desenvolvendo capacidades industriais de defesa mais rapidamente que a Europa e os Estados Unidos. Já os EUA consideram a China como o seu maior concorrente e, a Rússia como a sua maior ameaça nacional. O presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou que este século será definido por uma disputa existencial entre democracias e autocracias.
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